Lula desafia a oposi��o a exibir �torturas� das CPIs na televis�o

Manaus - O presidente Luiz In�cio Lula da Silva desafiou ontem a oposi��o a utilizar na TV, na campanha eleitoral, todas as den�ncias de corrup��o contra seu governo e integrantes do PT, que s�o alvos de investiga��o de CPIs do Congresso. �Eu quero que eles coloquem CPI na televis�o todo dia, toda hora. Eu quero que eles coloquem as torturas que eles fizeram com muita gente l�. Eu quero que o povo veja. Est� chegando o momento de o povo fazer aferi��o do que aconteceu no Brasil�, disse Lula na manh� de ontem, em Manaus, sem citar a palavra �mensal�o�.

A lista dos �torturados� aparentemente inclui os ex-dirigentes petistas Jos� Geno�no, Del�bio Soares e Silvio Pereira, denunciados pelo procurador-geral da Rep�blica, Ant�nio Fernando de Souza, sob a acusa��o de liderar uma �organiza��o criminosa�. Entre os 40 denunciados encontram-se ainda os ex-ministros Jos� Dirceu e Luiz Gushiken e o ex-marqueteiro Duda Mendon�a. O presidente, por�m, foi poupado pela Procuradoria.

Ontem, Lula afirmou que em nenhum momento se abalou com a crise, mas admitiu ter chorado algumas vezes: �Em nenhum momento voc�s me viram abalado. Mas sou um chor�o de nascen�a. Eu chorei no TSE quando fui diplomado, eu chorei na avenida Paulista, eu chorei na campanha, eu chorei at� em novela.�

Depois, Lula seguiu para Coari (363 quil�metros de Manaus), onde participou de cerim�nia da primeira solda do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, da Petrobras. Ele se recusou a responder �s cr�ticas do tucano Geraldo Alckmin no programa de TV do partido, quando disse que n�o iria governar com a corrup��o do gabinete ao lado.

�N�o posso responder. Nem fica elegante ele (Alckmin) ser grosseiro. Ele n�o tem jeito para ser grosseiro, n�o combina com ele. Agora, se as pessoas quiserem ser grosseiras, que sejam, eu vou continuar do jeito que sou�, disse. Indagado se reagiria de forma diferente na campanha, o presidente negou. �N�o vou (responder) nem durante a campanha. Durante a campanha eu quero que eles falem o que bem entenderem.�

Lula acrescentou: �A hora em que decidir ser candidato, n�s vamos colocar o que fizemos neste Pa�s e vamos comparar com eles. Eles ficaram oito anos no governo, vamos colocar quatro contra oito. Vamos medir a educa��o, a sa�de, o transporte, a estrada, a ferrovia, as linhas de transmiss�es, a energia. Vamos deixar o povo livremente julgar�, disse.

Mais tarde disse: �Eu perdi tr�s elei��es para chegar � Presid�ncia da Rep�blica. Tr�s. N�o reclamei em nenhuma delas. Fazia parte do jogo democr�tico. A �nica coisa que pe�o � que meus advers�rios sejam t�o democr�ticos quanto eu e aprendam a perder, aprendam a ser derrotados�.

PMDB

Lula confirmou que sua prioridade pol�tica � acertar uma alian�a formal com o PMDB, mas negou que j� tenha oferecido o lugar de vice na reuni�o que teve com o ex-governador Orestes Qu�rcia (PMDB-SP).

�N�o entramos em detalhes porque isto aqui n�o � acordo entre trabalhador e empregador. Voc� n�o pode dizer o que quer toda hora porque, cada vez que voc� abrir a boca, aquilo passa a ser um patamar. � preciso ter cuidado para saber o momento de dizer o tamanho do acordo.�

Segundo Lula, as diverg�ncias entre os dois partidos ser�o superadas. O presidente n�o descartou a possibilidade de manter Jos� Alencar como o seu vice. �O Jos� Alencar � um companheiro da mais alta qualidade, sou grato a tudo que ele fez e vem fazendo, ele estar� em todas as minhas discuss�es pol�ticas.�

Lula rebateu cr�ticas sobre os aumentos a servidores: �O Brasil � engra�ado. N�s passamos tr�s anos no governo fazendo super�vit mais alto no come�o e a manchete era a seguinte: �O governo n�o gasta o que � aprovado�. Neste ano, a partir do pr�ximo dia 30, n�o podemos mais fazer conv�nio com nenhuma prefeitura, por causa da legisla��o. Ent�o, fizemos a op��o de gastar mais no come�o do ano para poder garantir os nossos compromissos no segundo semestre.� E reclamou: ��s vezes � engra�ado, dois jornais com manchetes diferentes. Um diz que voc� gastou demais, outro, gastou menos�.