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31/05/06 00:00 - Opini�o

Vida condominial e a moral

Na vida em comunidade, principalmente, em condom�nio ou residencial, percebe-se, mais claramente que a moral tem tr�s est�gios. O primeiro abrange a reciprocidade, isto �, em todas as a��es dever�amos fazer mais por outra pessoa do que aquilo que esperamos que ela fa�a por n�s. A reciprocidade precisa ser ampliada, pois aquele que se mant�m em um pequeno c�rculo nunca progredir� na vida ou avan�ar� para um padr�o mais alto de humanidade.

O segundo est�gio � o da benefic�ncia. Ser justo e honesto com os outros n�o � uma virtude. Nosso benef�cio na vida depende do benef�cio de outras pessoas. Somos dependentes uns dos outros e cada um receber�, mais cedo ou mais tarde, aquilo que der. Se Voc� quer ser feliz, pense na felicidade dos outros; se Voc� quer ser bem tratado, trate bem os outros; se Voc� quer que as pessoas sejam justas e honestas, seja o primeiro a dar o exemplo.

O terceiro est�gio extingue a diferen�a entre �eu� e �voc�. O verdadeiro esp�rito de ren�ncia � a boa vontade e surge quando algu�m se ergue acima da coisa que ele renuncia. O valor de cada coisa na vida est� de acordo com a evolu��o do homem. H� uma �poca em que os brinquedos s�o seus tesouros e h� uma �poca em que ele os p�e de lado; h� uma �poca em que as moedas de cobre s�o tudo para ele e outra em que ele pode dar de presente moedas de ouro; h� uma �poca em sua vida em que ele desiste de um pal�cio e valoriza uma cabana. O valor de uma coisa � o homem que o faz e em cada passo de sua evolu��o ele muda esse valor.

A falta de um destes aspectos desqualifica a pessoa para a vida em comunidade. Por isto, n�o se pode dar guarida, nem valorizar quem nunca est� contente, quem n�o aprecia, quem n�o responde, quem n�o simpatiza, quem nunca concorda, quem n�o suporta, quem n�o tolera, quem n�o se enquadra, quem se ergue contra qualquer influ�ncia de harmonia, de acordo, de simpatia ou de bondade. Pessoas com este perfil s�o confrontativas, incapazes de tomar uma atitude pr�-ativa, nelas n�o se encontra o sentimento construtivo do amor fraternal. S�o capazes de transformar qualquer vila real onde vivam ou tenham interesses comerciais em um vale solit�rio e sombrio.

Pessoas com este tipo de perfil precisam equilibrar suas necessidades com as da comunidade que preza e valoriza a qualidade de vida. A maioria, portanto, n�o pode ficar na defensiva, a merc� da ignor�ncia, da mesquinharia e da falta de rumo que, por sinal, n�o s�o neutras, s�o for�as ativas e destrutivas. A maioria continua confiando na Justi�a.


O autor, dr. Paulo Cezar Razuk, � professor titular do Departamento de Engenharia Mec�nica da Unesp-Bauru




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