A��o regional exige �rasgar� a carteira partid�ria, diz Amary

O discurso da regionaliza��o do desenvolvimento n�o � novo. V�rios pol�ticos, de diferentes partidos, j� adotaram o tema como bandeira de campanha eleitoral. Para o ex-prefeito de Sorocaba e ex-presidente da Funda��o Prefeito Faria Lima � Centro de Estudos e Pesquisas de Administra��o Municipal (Cepam) - Renato Amary, � preciso separar o discurso da a��o.

Pr�-candidato a deputado federal pelo PSDB, Amary entrou para a pol�tica em 1994, quando foi eleito deputado estadual. Segundo ele, o ingresso na pol�tica se deu para que pudesse fazer algo por sua cidade - Sorocaba - de onde foi prefeito de 1997 a 2004. Em 2005, Renato Amary assumiu a presid�ncia do Cepam, a convite do governador Geraldo Alckmin, onde permaneceu at� mar�o deste ano.

Em visita ontem ao Jornal da Cidade, ele destacou que um dos principais entraves ao desenvolvimento regional vocacionado - defendido por Amary como a solu��o para os problemas existentes no Estado -, � a falta de uni�o entre os governantes, causada pela defesa de posi��es pol�tico-partid�rias individuais. �Eu defendo que em alguns momentos n�s devemos rasgar as carteiras partid�rias�, afirmou.

O obst�culo, diz o ex-prefeito, dificulta a regionaliza��o, a��o que em sua vis�o deveria ser o carro-chefe para resolver os gargalos do Estado. �Eu viajei praticamente o Estado todo e d� para sentir que S�o Paulo � um Estado forte, mas que ao mesmo tempo tem suas car�ncias. Essas car�ncias podem ser resolvidas atrav�s de um desenvolvimento regional vocacionado�, disse.

Uma das formas apontadas pelo ex-presidente do Cepam para que as regi�es administrativas do Estado se desenvolvam, utilizando suas voca��es, � a parceria entre poder p�blico, iniciativa privada e sociedade civil organizada.

�Tivemos essa experi�ncia em Sorocaba, atrav�s de um trabalho tripartite, que envolvia n�o s� o prefeito, mas tamb�m a C�mara de Vereadores e a sociedade organizada, elaboramos a��es desenvolvimentistas, que colaborou inclusive com o aumento da receita do munic�pio, sem que fosse preciso aumentar os impostos�, ressaltou.

Para Amary, falta aos pol�ticos a compreens�o de que � a sociedade organizada quem realmente tem poder para fazer as mudan�as necess�rias ao desenvolvimento. �O pol�tico manda muito menos do que a for�a da sociedade organizada. Se ela se unir e buscar o que quer, ela consegue�, salientou.

Viol�ncia e reforma

Renato Amary tamb�m falou sobre a onda de viol�ncia que tomou conta do Estado na �ltima semana. Para ele, o problema n�o se resume a S�o Paulo, mas atinge todo o Pa�s, e tem como estopim a impunidade. �O grande problema deste pa�s, al�m da falta de educa��o e cultura, � o descumprimento da lei, � a falta de punibilidade�, afirmou.

Diante desse quadro, Amary defende uma reforma ampla do Poder Judici�rio e da legisla��o vigente. �Hoje n�s n�o temos, por exemplo, penalidade para combater os hackers. Ent�o n�s temos que ter uma legisla��o evolutiva, nos adaptarmos, atrav�s da lei, ao nosso crescimento intelectual, � globaliza��o, �s coisas novas que est�o acontecendo�, ressaltou.

Al�m da legisla��o obsoleta, Amary destaca o problema da falta de puni��o. De acordo com ele, para fazer cumprir a lei � necess�rio um conjunto de situa��es, onde t�m papel a imprensa, o pol�tico, o Minist�rio P�blico e a magistratura. �� preciso dar agilidade � Justi�a, estrutura para a magistratura agir, tornar o andamento dos processos mais r�pidos, para que n�o aconte�a a prescri��o. Porque muitos que cometem os crimes apostam nesses instrumentos jur�dicos�, frisou.