Confrontos matam 105 no Afeganist�o

Cabul - Em um dos combates mais sangrentos desde a queda do regime do Taleban, em 2001, centenas de homens armados com metralhadoras e fuzis tomaram de assalto uma pequena cidade, detonaram dois carros-bomba e travaram confrontos com for�as afeg�s e da coaliz�o liderada pelos EUA, ontem e anteontem.

At� 105 pessoas foram mortas, incluindo diversos membros do Taleban e um civil americano. A viol�ncia esteve concentrada nas Prov�ncias de Helmand e Kandahar, no sul do pa�s, ber�o do regime radical isl�mico derrubado com a invas�o do Afeganist�o pelos EUA, ap�s o 11 de Setembro. Houve um recrudescimento de ataques do Taleban nos �ltimos meses, mas os confrontos que explodiram na noite de anteontem e marcam uma escalada de viol�ncia numa regi�o que deve passar ao controle da Otan (alian�a militar ocidental) at� julho.

Segundo as autoridades, o saldo de membros do Taleban mortos nos diversos ataques era de at� 87. No ataque mais feroz, entre 300 e 400 membros do Taleban usando rifles e metralhadoras atacaram instala��es da pol�cia e de �rg�os do governo na pequena cidade de Musa Qala, em Helmand, dando in�cio a combates com for�as de seguran�a que duraram oito horas. A pol�cia afirmou ter retomado o controle da cidade.

Os corpos de 40 membros do Taleban foram recuperados, segundo o governo local. Outros 13 policiais foram mortos e seis foram feridos no combate. �Nunca hav�amos visto esse tipo de confronto na regi�o, t�o prolongado�, disse o vice-governador Amir Akhundzada.

Em Kandahar, 15 policiais afeg�os e uma soldado canadense foram mortos em confrontos, al�m de 27 membros do Taleban. A explos�o de um carro-bomba matou outras duas pessoas, incluindo um civil americano, em Herat, pr�ximo � fronteira com o Ir�. Um motorista afeg�o foi morto no mesmo local por tiros de militares americanos que pensaram se tratar de um novo ataque.

O presidente afeg�o, Hamid Karzai, disse que a viol�ncia � fomentada no Paquist�o, cujas regi�es montanhosas na fronteira concentram membros da etnia Pashtun, maioria no Taleban. �Temos relatos cr�veis de que dentro do Paquist�o, nas madrassas (escolas isl�micas), os mul�s e os professores est�o dizendo aos seus alunos: �V�o ao Afeganist�o para a jihad. Queimem as escolas e as cl�nicas��, afirmou. �Quero dizer ao governo paquistan�s, que � nosso irm�o, que o terrorismo � como fogo, e vai lhe alcan�ar tamb�m. Hoje o terrorismo � no Afeganist�o. Amanh�, ele ir� lhe alcan�ar.� O porta-voz da Chancelaria do Paquist�o, Tasnim Aslam, qualificou as alega��es de �infundadas�.