V�timas

De repente tornamo-nos todos v�timas do crime organizado. �, at� parecia que o problema n�o era conosco, mas tamb�m era. Muito j� se tinham dito que todos deveriam ajudar, mas n�o foi bem isso que ocorreu. Todos se omitiram, seguindo o exemplo dos verdadeiros respons�veis, aqueles que tinham que cuidar �disso�. Mas, se nem eles se preocupam, por que eu? �, a culpa � do �por que eu?� S� pode ser, afinal, no jogo de empurra em que nos encontramos, todos viraram v�timas. Parece nem o PCC tem culpa, nem o Estado, nem a seguran�a p�blica!

O que fazer? Para onde ir? A quem recorrer? Toque de recolher, inseguran�a, medo. Escola fechada, com�rcio fechado, casa fechada. �As grades do condom�nio servem para trazer prote��o, mas tamb�m trazem a d�vida se n�o � voc� que t� nessa pris�o?� (O Rappa).

A que ponto chegamos. Ser� que teremos que deixar nossas vidas serem atropeladas pela incompet�ncia da seguran�a p�blica? Este clima de tens�o custa muito caro aos nossos bolsos, n�o foi isso que compramos com os impostos que pagamos! Como pudemos e podemos nos deixar enganar tanto. Gostamos disso? Somos acomodados? N�o acreditamos que as coisas t�m conserto?

O bord�o �sou brasileiro, n�o desisto nunca� nem parece que fala do brasileiro. � ineficaz! N�o compete a este comodismo. Estamos perdendo o nosso direito b�sico de ir e vir, deixamos de ser cidad�os? N�o, n�s n�o, mas muitos dos que infringiram a �tica em benef�cio pr�prio, levando-nos ao caos atual, sim. Esses n�o s�o cidad�os, nem os �de bem�, nem os �do mal�. N�o se pode simplesmente fechar as portas e ficar l� dentro. � preciso por ordem nas coisas. Somos livres, afinal! Ou n�o somos? Ou ser� que livres s�o os que morreram injustamente? Quantos foram, 40? 50? 80? Desta vez, n�, e antes? E depois? S�o n�meros de guerra para um pa�s t�o �pac�fico�, �calmo�, �acomodado�.

Morrem policiais, morrem meliantes, morrem civis. Morre-se demais! Que li��o dif�cil esta n�o? Algu�m havia se esquecido que toda causa traz, mais cedo ou mais tarde, conseq��ncias! E, muitas vezes, desastrosas. Mas temos que ver pelo �lado bom�.

Se � que numa situa��o dessas � poss�vel pensar que se tem esse tal lado, ou que se pode tirar algo de bom...mas pelo menos reafirmamos o ��bvio e ululante mesmo�, muita coisa est� �fora da ordem�, � preciso investimento, seriedade, aten��o e cobran�a. Precisamos ter seguran�a.

Atentemo-nos aos fatos, abramos nossos olhos, vamos p�r em pr�tica a nossa cidadania em todos os seus aspectos. Vamos abrir os olhos dos outros tamb�m. Vamos p�r ordem, n�o s� na casa, mas tamb�m nas ruas, nos parques, nos bairros, nas cidades, nos campos - inclusive nos de futebol - no pa�s. Vamos p�r ordem no Brasil! Vamos p�r o Brasil em ordem!


O autor, Paulo Henrique Carducci, � professor de L�ngua Portuguesa e especialista em educa��o