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11/05/06 00:00 - Pesca & Lazer

Hist�ria de pescador: Um peixe para dois

Antes de mais nada, permitam-me omitir o local onde ocorreu o fato que vou narrar, para evitar constrangimentos ao propriet�rio do pesqueiro. Os personagens, embora tenham clamado pelo anonimato, ter�o seus nomes gravados nos anais da pesca! S�o eles: meu querido amigo Carl�o, um dos bons caixas do Banespa, e seu filho, o pequeno Bruno. O domingo, ensolarado j� pela manh�, convidava para uma deliciosa pescaria.

Encontramo-nos no pesqueiro, por coincid�ncia. Pescava eu algumas til�pias, protegendo-me do sol forte, quando a solerte �dupla� preparou os molinetes para fisgar alguns pacus, no tanque ao lado. Tudo acontecia na maior normalidade. Pai e filho se deliciavam na disputa familiar para ver quem pegaria o primeiro peixe. N�o deu outra. Adivinhem quem capturou o segundo peixe? Foi o Carl�o, pois o primeiro o Bruno j� havia fisgado um minuto antes! A�, deu aquela costumeira paradeira. Sumiram os danados dos pacus! Impaciente, Bruno comunicou ao pai: - T� indo pro outro lado, t� pai? - Tudo bem, mas tenha cuidado - concordou meu amigo.

Estavam posicionados um em frente ao outro, separados pela �gua turva do lago que abrigava o cardume. Repentinamente, ouviu-se do Bruno um grito euf�rico e ofegante: - Pai, esse deve ser grande! O pai, orgulhoso e envaidecido, mal teve tempo de orientar o filho, pois, ao mesmo tempo, sua linha, tal qual a do pequeno Bruno, zunia, correndo em ziguezague! Emo��o total! As poucas pessoas que estavam pescando esqueceram de suas varas e acompanharam com aten��o a agita��o da �gua. Eu tamb�m, confesso que fiquei na maior expectativa!

O mais curioso � que quando a linha do Carl�o corria para o centro do lago, a do pequeno Bruno a acompanhava, como se elas estivessem enroscadas. - Vamos recolher a linha e puxar com for�a, vociferou Carl�o! O filho, imediatamente obedeceu (bom filho) a ordem do pai. Em velocidade m�xima, ambos recolheram as linhas e puxaram as varas para tr�s. Vaaaaaapttt! Surpresa!!! As linhas esticadas sa�ram da �gua e deixaram � mostra um belo exemplar de pacu, fisgado pelos dois anz�is ao mesmo tempo!

Era um cen�rio dom�stico! O belo pacu de quase dois quilos parecia uma pe�a de roupa, oscilando ao vento e secando no varal de um quintal! Coisa de maluco! Tudo aconteceu em poucos segundos... Nem pai nem filho souberam parar de puxar e enrolar a linha, usando uma for�a descomunal desenvolvida pela forte emo��o. A plat�ia, assim como eu, estava petrificada, boquiaberta, n�o acreditando no que via.

O sil�ncio foi quebrado por um som parecido com o de um pano grosso sendo rasgado: -Ttrrraaaash! O peixe se partiu ao meio, da cabe�a ao rabo, ficando metade em cada anzol! Recolhidas as linhas, cada um com sua metade muito bem fisgada, n�o sabia se ria ou se chorava de surpresa e contentamento! Aferido o peso, cada parte pesou exatamente 900 gramas, fazendo justi�a e evitando briga entre pai e filho! Foi a primeira vez que eu vi algu�m pegar �meio peixe�! Portanto, este fato n�o pode ser considerado inveross�mil por � inteiro �, mas s� pela �metade�!


Fernando Lucilha J�nior � pescador por � inteiro� e contador de causos pela �metade�.




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