S�o Paulo - Em um discurso com claro conte�do eleitoral, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse ontem, na Missa do Trabalhador, em S�o Bernardo do Campo, que caber� ao �povo brasileiro� julg�-lo pela crise pol�tica que envolveu membros do PT e do governo federal.
Sem citar nomes, ele criticou ainda a oposi��o. �Estou vendo as pessoas nervosas, irritadas, e n�o respondo. S�o voc�s que v�o julgar quem � quem no pol�tica brasileira.� Para o presidente, o julgamento dos pol�ticos n�o pode ser feito em baixo n�vel por meio da imprensa. �Quando cheguei � Presid�ncia, tomei uma decis�o de nunca ficar nervoso, porque o presidente � como um av�, n�o � nem pai. O pai tem o direito de ficar nervoso com o filho, o av� n�o�, afirmou.
O presidente, que desde 1979 participa das missas de Primeiro de Maio na catedral - com exce��o de 1980, quando esteve preso -, parecia � vontade diante das cerca de 1.200 pessoas - a maioria delas petistas, sindicalistas e membros de pastorais. Acompanhado pela primeira-dama Marisa e por alguns assessores, Lula entrou na catedral pelo corredor central e foi ovacionado. Quando discursou no p�lpito, por 16 minutos, foi interrompido 5 vezes por aplausos.
A convite do vig�rio-geral da Diocese do ABC, Roberto Alves Marangon, o petista falou pouco antes do encerramento da missa. O presidente iniciou o discurso falando das dificuldades enfrentadas pelos sindicatos durante o regime militar e chegou aos dias de hoje, mais precisamente � gest�o dele, para dizer que tudo melhorou: o desemprego diminuiu, o sal�rio m�nimo aumentou e os pre�os de alimentos e de material de constru��o ca�ram.
O presidente tamb�m destacou a aprova��o do Fundo Nacional de Habita��o de Interesse Social e o aumento dos recursos destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, que passar� de R$ 2,4 bilh�es para R$ 9 bilh�es.
Deslize
Ao final do ato, ao comentar a pol�tica ampla de alian�as aprovada no 13.� Encontro Nacional do PT, Lula cometeu um ato falho e disse: �O PT tem de ter maturidade para saber a import�ncia da reelei��o�. Ao perceber o deslize, o presidente gaguejou e emendou: �N�o, � (para saber) a import�ncia das alian�as no processo eleitoral�.
Em seguida, o presidente retomou a linha de discurso adotada por ele de evitar a confirma��o de da candidatura dele � reelei��o. �O PT sabe que eu n�o estou pressionando, que eu tenho tranq�ilidade e posso decidir at� o dia 30 de junho se sim ou se n�o.�
Garotinho
O presidente ironizou a greve de fome anunciada pelo ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB), que entrou em jejum exigindo supervis�o internacional das elei��es e direito de reposta no jornal �� Globo� e na �Veja�, que publicaram den�ncias contra ele. �Se entrasse em greve de fome cada vez que a imprensa falasse mal de mim, eu seria natimorto. As pessoas precisam aprender a conviver democraticamente.� |