Intoler�ncia vira base de a��o para melhorar o ambiente da escola

A express�o �fazer do lim�o uma limonada� � a aposta da escola estadual Luiz Zuiani, localizada no Parque S�o Jorge, em Bauru, para diminuir viol�ncia e melhorar o ambiente estudantil. Experi�ncias de brigas, intoler�ncia e desobedi�ncia entre alunos foram usadas para elaborar um projeto j� apresentado � Diretoria de Ensino de Bauru e que despertou interesse de outras institui��es: durante dez dias, a partir de segunda-feira, os alunos assistir�o aulas te�ricas sobre os �seis pilares do car�ter� definidos pela institui��o: sinceridade, respeito, responsabilidade, zelo, senso de justi�a e cidadania.

�Esses valores s�o fundamentais para nortear suas vidas pessoais e para construir uma sociedade mais harmoniosa e feliz�, diz Ana Maria Pedon. Ela � coordenadora do projeto, que foi intitulado �Cidadania � vivenciando a constru��o de valores na educa��o�. A teoria ser� inserida em aulas de l�ngua portuguesa, hist�ria, geografia, artes, educa��o f�sica, ci�ncias e ensino religioso.

Com isso, os professores esperam que os alunos ir�o repetir o comportamento aprendido em sala de aula. �Faremos gincanas e din�mica de grupo para que os alunos vivenciem o que aprenderam. Assim, saberemos se o projeto foi bem-sucedido�, explica Pedon. A id�ia � que os ensinamentos te�ricos e pr�ticos continuem ao longo do ano.

Participar�o professores, funcion�rios e familiares dos alunos. �O envolvimento de todos trar� resultados mais abrangentes. A fam�lia tem import�ncia fundamental�, diz a diretora da institui��o, Maria Ligia Dacar de Carvalho. Inclusive, ser� realizada uma reuni�o com os pais hoje, �s 18h30, na escola, antes do lan�amento do projeto.

A diretora acredita que os alunos ir�o melhorar o comportamento na escola e em casa e frisa que j� come�ou a observar os resultados. Os funcion�rios e a comunidade querem esquecer um ato de viol�ncia ocorrido em 2003: a explos�o de uma bomba, provavelmente de fabrica��o caseira, no banheiro da escola e que causou o rompimento de membranas dos ouvidos de um professor.

Desde ent�o, a diretoria da escola tomou atitudes com objetivo de diminuir a viol�ncia e promover a cidadania. �O aluno tornou-se um co-autor na escola. Eles ajudam os funcion�rios a tomar decis�es importantes. Por isso, sentem-se participantes da vida escolar�, explica Dacar.

Os alunos ajudaram a escolher, por exemplo, a cor das paredes da escola, atrav�s de vota��o. O uniforme escolar tamb�m foi modificado. �Os alunos fizeram desenhos diferentes e atrav�s de vota��o, escolhemos o que seria mais adequado para a escola�, conta a diretora. �Os adolescentes s�o cr�ticos. Eles gostam de mostrar sua opini�o e ajudar nas decis�es. Apostamos nesse potencial de nossos estudantes�, completou a supervisora de ensino �ngela Maria Furquim Carneiro.

Um estudante do 3.� ano do ensino m�dio avalia que a viol�ncia na escola j� diminuiu, mas admite que ainda falta respeito entre aluno e professor. Ele acredita que o projeto vai melhorar a conviv�ncia na escola. �Se um professor manda o aluno para fora da sala, perde a raz�o. O aluno acha que pode fazer o mesmo com o professor�, conta. �Se for para melhorar o relacionamento entre professores e alunos, acho que ser� bem-vindo (o projeto)�, conclui.

Uma aluna do 3.� ano do ensino m�dio relata que a intoler�ncia envolve, inclusive, o jeito de cada um vestir-se. �As pessoas n�o respeitam a maneira de cada um se vestir e isso pode gerar brigas�, conta ela, que teve o nome preservado para evitar repres�lia. A escola possui 1.570 estudantes do ciclo 2 do ensino fundamental e ensino m�dio. Todos participar�o do projeto.