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08/04/06 00:00 - Auto Mercado

Dr. Autom�vel: A correta lubrifica��o de motor e c�mbio

Todo contato mec�nico entre pe�as met�licas em movimento deve ser lubrificado para diminuir atrito, aquecimento e desgaste. As ci�ncias que tratam do atrito entre as partes m�veis e o comportamento dos materiais ante seus limites de resist�ncia � deforma��o chamam-se, respectivamente, de tribologia e a reologia, que incluem o efeito dos lubrificantes. Por isso, existem v�rios tipos de �leos, cada um indicado para uma aplica��o espec�fica.

Em motores, precisa-se de �leos que resistam bem �s rota��es elevadas dos mancais, que n�o se deteriorem facilmente com as altas temperaturas, que tenham caracter�sticas detergentes para limpeza e viscosidade adequada. Cada motor exige um determinado tipo de �leo lubrificante em fun��o de suas caracter�sticas de pot�ncia, rota��o e aplica��o. O clima tamb�m influi, pois a temperatura altera a viscosidade. Lembre-se que, al�m da fun��o lubrificante, o �leo tamb�m troca calor do motor, resfriando-o. O ideal � sempre seguir a indica��o do manual do ve�culo, usando o �leo com a designa��o especificada pela f�brica e n�o pelo frentista do posto.

A troca do �leo tamb�m deve seguir a indica��o t�cnica de f�brica, pois foi testada e garantida para aquele motor. Trocar �leo depois da hora da troca ou, pior ainda, n�o troc�-lo e apenas completar o n�vel com �leo novo chega a ser um crime, pois fatalmente o motor dar� problemas a m�dio prazo. Assim, o esperto vende o carro e empurra o problema para o infeliz novo propriet�rio.

J� trocar o �leo antes da hora, al�m de ser desnecess�rio, � dinheiro jogado fora. Como j� foi falado em coluna anterior, em uso normal troca-se o �leo no per�odo indicado. Em casos de pouca rodagem, o �leo pode se oxidar com o tempo e precisa ser substitu�do por prazo mesmo n�o tendo atingido o limite de troca. Por este motivo � que a troca � sempre recomendada, por exemplo, a cada 10 mil quil�metros ou seis meses, o que vencer primeiro.

No c�mbio, como as solicita��es s�o diferentes, usa-se �leos espec�ficos com aditivos especiais para ag�entar a press�o de esmagamento dos dentes das engrenagens.

Fui informado que alguns frentistas recomendam o uso de �leo comum de motor em c�mbios, pois � mais fino e d� menos barulho nas engrenagens. � outro crime e, desta vez, hediondo! Dizem que alguns caminhoneiros fazem esse trambique por economia, mas n�o sabem que �leo de motor n�o tem as caracter�sticas e aditivos espec�ficos para suportar press�o dos dentes de engrenagens. Muito em breve haver� um desgaste nos dentes destas engrenagens e o custo de sua substitui��o de c�mbio e diferencial ser� muito elevado. Outra economia fajuta!

N�o desprezem os engenheiros das f�bricas...


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CORREIO T�CNICO

Quais problemas poderiam haver na convers�o de um motor a �lcool para bicombust�vel? Seriam necess�rias poucas modifica��es? O consumo seria maior?

Voc� est� certo com rela��o �s poucas modifica��es. A principal delas, que � a taxa de compress�o, j� est� otimizada para o �lcool, al�m de todas as demais pe�as em contato com o �lcool j� estarem protegidas contra corros�o. Portanto, as modifica��es ficar�o restritas �s velas e sistemas gerenciadores de inje��o e igni��o. Os sistemas flex paralelos existentes no mercado poder�o adequar os volumes de inje��o para cada mistura de combust�vel, assim como corrigir a curva de avan�o. Mas precisa levar em conta que geralmente esta convers�o foi feita em motores a gasolina para funcionar com �lcool, portanto com uma taxa de compress�o menor. No seu caso, quando com gasolina o motor dever� funcionar tamb�m com a mesma taxa mais elevada do �lcool, o que poder� ocasionar s�ria detona��o (a chamada batida de pino), que danificar� os pist�es e v�lvulas. Seu sistema flex alternativo dever� ter um sistema de detec��o de detona��o que providencie a corre��o necess�ria para evit�-la, atrasando a igni��o e enriquecendo a mistura.

O consumo n�o ser� aquelas coisas, pois, como sempre digo, o motor flex convertido n�o estar� otimizado nem para �lcool nem para gasolina, e conseq�entemente o consumo estar� prejudicado.


Luiz Rodrigues, Agudos (SP)



Sugest�es para a coluna e perguntas � se��o Correio T�cnico devem ser enviadas ao e-mail [email protected] ou � reda��o do Jornal da Cidade, na rua Xingu, 4-44, Higien�polis. � obrigat�rio informar nome completo, RG, endere�o e contato (telefone ou e-mail).



* Marcos Serra Negra Camerini � engenheiro mec�nico formado pela Escola Polit�cnica da USP, p�s-graduado em Administra��o Industrial e Marketing e Engenharia Aeron�utica, com passagens como executivo na General Motors (GM) e Opel. Tamb�m � consultor de empresas e assina uma coluna na revista Quatro Rodas Nitro. Seu site � www.marcoscamerini.com.br.




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