Depois de Palocci, oposi��o mira o ministro da Justi�a

Bras�lia - Com as novas revela��es sobre o epis�dio da quebra ilegal do sigilo banc�rio do caseiro que fazia acusa��es ao ex-ministro da Fazenda Ant�nio Palocci, a oposi��o mudou o tom e j� fala abertamente que o ministro M�rcio Thomaz Bastos (Justi�a) � a bola da vez do esc�ndalo.

PFL, PSDB e PPS ontem bateram na tecla de que a viola��o do sigilo banc�rio do caseiro Francenildo Costa foi uma decis�o do governo Luiz In�cio Lula da Silva como um todo e teve, no m�nimo, a omiss�o de Bastos.�As informa��es de envolvimento de assessores do ministro da Justi�a na quebra do sigilo mostram que h� corrup��o sist�mica no governo. Todos os que est�o ao redor de Lula est�o contaminados�, disse o l�der da oposi��o na C�mara, Jos� Carlos Aleluia (PFL-BA).

Dois assessores de Bastos foram procurados por Palocci para que a Pol�cia Federal (PF) investigasse o caseiro, embora eles neguem ter tido conhecimento da quebra ilegal do sigilo de Francenildo. Bastos, ao longo de mais de tr�s anos de governo Lula, sempre foi poupado em raz�o de sua trajet�ria de criminalista, que j� serviu inclusive a pefelistas no passado. Agora, n�o mais. �Eu mesmo defendi o ministro no passado quando foi acusado pelo doleiro Toninho da Barcelona. Mas nesse caso n�o pode ter tr�gua. Ele tomou conhecimento da quebra do sigilo e s� se op�s quando viu o resultado�, afirmou Aleluia.

O PPS apresentou na quarta-feira um requerimento para que a C�mara convoque Bastos a dar explica��es ao plen�rio. O depoimento precisa ser colocado em pauta pelo presidente da C�mara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e aprovado por maioria simples. Segundo o senador �lvaro Dias (PSDB-PR), est� claro que a viola��o do sigilo do caseiro foi uma decis�o pol�tica do governo. �At� agora, est� impl�cito que o presidente Lula tinha conhecimento.�

Para Dias, o maior ind�cio � o fato de Palocci ter dado expediente numa sala a poucos metros do presidente na semana em que a crise foi deflagrada-entre os dias 17 e 27 de mar�o. �Isso nos d� o direito de fazer a ila��o de que Lula pelo menos ficou sabendo do que havia acontecido, disse�.

O presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), afirmou que a comiss�o vai avan�ar nas investiga��es sobre o caso. Mas, por ora, s� h� planos para convocar o ex-presidente da Caixa Econ�mica Federal Jorge Mattoso para depor. Ter�a, dever� ser colocado em vota��o requerimento para que Mattoso fale � CPI. �Ele (Mattoso) � uma fonte importante para contar toda essa hist�ria. Ainda n�o concordo com a convoca��o do Palocci. S� vou pensar nisso depois que ele falar na Pol�cia Federal�, afirmou Efraim, referindo-se ao depoimento do ex-ministro marcado para quarta-feira.

O relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), espera que Mattoso fale � CPI ainda nesta semana. �� ideal que ele [o ex-presidente da Caixa] preste depoimento o mais r�pido poss�vel para a gente conseguir avan�ar sobre os fatos novos.� Os governistas antecipam uma ofensiva em cima do ministro. �Perderam o respeito, perderam a vergonha ao falar do ministro da Justi�a. Est�o com o mesmo modus operandi que tiveram com o Palocci. Passam meses falando bem do ministro e de repente v�o ao ataque�, disse a l�der do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).

Al�m da vota��o da convoca��o de Mattoso, a agenda da CPI dos Bingos prev� para nesta semana a acarea��o entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e o ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau, que o acusa de arrecadar recursos irregulares em prefeituras do PT na d�cada de 90.

Na CPI, Okamotto-ex-tesoureiro do PT-� tamb�m investigado por afirmar ser o respons�vel pelo pagamento de uma d�vida de R$ 29,4 mil do presidente Lula com o partido. Ele diz que usou recursos pr�prios, mas a oposi��o suspeita que o dinheiro pode ser oriundo de corrup��o. Na acarea��o com Venceslau, Okamotto poder� negar-se a falar sobre a d�vida de Lula com o PT.