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01/04/06 00:00 - Economia

Para popula��o, reajuste do m�nimo n�o � significativo

Thatiza Curuci
Parece mentira, mas n�o �. Hoje, dia 1 de abril, o sal�rio m�nimo passa a valer R$ 350,00, ou seja, R$ 50,00 a mais do que o valor anterior. A Medida Provis�ria (MP) 288, que reajusta o valor foi publicada ontem. Mas o reajuste do piso salarial que embute um aumento de 13% acima da infla��o foi considerado �pouco significativo� para os consumidores entrevistados pelo Jornal da Cidade. Para a maioria, R$ 50,00 n�o causam impacto no or�amento familiar.

�N�o existe milagre. O aumento no sal�rio m�nimo realmente nunca causou e nem vai causar grande impacto no or�amento�, afirma o economista Fernando Jos� Martha de Pinho.

Desempregada recentemente, Maristela Vitoriano da Silva n�o acredita mesmo em milagres h� muito tempo. Ela tem duas filhas e, por enquanto, apenas o marido � respons�vel pelo sustento da fam�lia. Para ela, o reajuste do sal�rio � ilus�rio. �O pre�o das mercadorias no supermercado, o material escolar e tudo mais j� subiu de pre�o. Apesar de subir (o m�nimo) R$ 50,00, vamos acabar ganhando apenas os R$ 300,00�, diz Silva.

A moradora do Parque Real, Maria de F�tima Romoaldo, olha um folheto com pre�os de telefones celulares, mas n�o estimula-se com o aumento do piso salarial. �Sei que no meu caso n�o mudar� nada. S� estou olhando (o celular), mas n�o tenho condi��es de comprar mesmo com o aumento do sal�rio�, afirma. Ela n�o recebe sal�rio fixo, mas trabalha no mercado informal e ganha R$ 10,00 por dia.

O aposentado Paulo de Oliveira acredita que o reajuste do sal�rio vai beneficiar mais as fam�lias numerosas. �As pessoas de menor poder aquisitivo v�o utilizar o dinheiro para comprar alimentos�, afirma. A opini�o dele � compartilhada pelo economista. �Quanto maior a fam�lia, maior tamb�m � a fatia gasta com alimenta��o. Se mais de um membro ganhar um sal�rio m�nimo, essa fam�lia ser� beneficiada com o reajuste�, diz Pinho.

O propriet�rio de uma padaria e lanchonete, Ant�nio Wagner Neves acredita que as vendas aumentar�o pouco, cerca de 1%, mas que isso reflete aspectos positivos. �O valor do reajuste � baixo porque o custo de vida do brasileiro � caro, mas j� significa um pouco mais de dinheiro no bolso�, afirma.

Para a dona de casa Lu�za Cristina Barbosa, no entanto, o dinheiro n�o ficar� no bolso. Os R$ 50,00 j� t�m destino: servir�o para comprar fraudas para a filha. �Gasto R$ 46,00 por m�s com fraudas. N�o vai mudar quase nada na minha casa�, diz.

A comerciante Ana Cl�udia de Oliveira est� mais esperan�osa. �Estimo que as vendas aumentem em 5%. Os R$ 50,00 n�o significam uma grande mudan�a (no or�amento), mas j� � alguma coisa�, acredita.

Ontem, o Sindicato dos Empregados no Com�rcio de Bauru (Secbau) informou que os profissionais registrados como office-boys e empacotadores que trabalham 44 horas semanais ter�o, a partir de hoje, seus sal�rios reajustados para R$ 350,00. Todos os demais pisos salariais dos comerci�rios permanecer�o com os mesmos valores.


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Sem milagre

Para o economista Fernando Jos� Martha de Pinho, o valor do reajuste do sal�rio m�nimo - cerca de 13% - n�o vai implicar em impacto significativo no or�amento familiar. �Infelizmente, as pessoas de baixa renda tendem a ser influenciadas por atos populistas, como esse aumento do sal�rio�, afirma. Pinho lembra que n�o existem milagres em economia e que, de alguma maneira, o valor ser� repassado para a popula��o. �A longo prazo, os pre�os das mercadorias tendem a subir como rea��o aos encargos trabalhistas que o aumento do sal�rio traz�, explica.

O economista ressalta que os reajustes de sal�rio n�o ultrapassam os 20% (em compara��o ao valor antigo) porque o governo federal �n�o tem margem� para uma alta maior. �Quando existe um aumento de sal�rio, eles s�o repassados para os aposentados, gerando mais gastos previdenci�rios.




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