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31/03/06 00:00 - Ag�ncias - Brasil

Ministro defende viagem de Pontes

S�rgio Rezende rebateu anteontem as cr�ticas sobre a participa��o do Brasil no programa da Esta��o Espacial Internacional

Alceu Lu�s Castilho/Correspondente do Jornal da Cidade em Bras�lia
Nervoso, esfregando e tamborilando os dedos, o ministro da Ci�ncia e Tecnologia, S�rgio Rezende, assistiu no audit�rio do pr�dio de Ci�ncia e Tecnologia ao lan�amento do foguete Soyuz com o primeiro astronauta brasileiro. Durante entrevista � Radiobras, por volta das 23h da quarta-feira hist�rica, o apresentador Florestan Fernandes Junior cometeu um ato falho ao voltar do intervalo: �Vamos agora ouvir novamente o ministro S�rgio Rezende, no minist�rio da Fazenda...�

A gafe mais do que ilustra a import�ncia do programa espacial brasileiro na cena pol�tica brasiliense: ef�mera. Disparado o foguete, o cotidiano brasiliense voltou, na semana em que o festejado ministro Ant�nio Palocci foi para o limbo, � condi��o de roj�o. �Seria bom se a gente estivesse mesmo no minist�rio da Fazenda, seria mais f�cil, decidindo o que fazer�, disse um aliviado Rezende logo ap�s a transmiss�o da miss�o com o astronauta Marcos Pontes. Astronauta? �Agora ele � um astronauta�, resumiu o ministro.

Durante a entrevista � Radiobras, Rezende confrontou-se com tr�s especialistas: um do Inpe, outro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e outro da Universidade de Bras�lia (UnB). O professor da UnB, Jos� Leonardo Ferreira, sintetizou o avan�o do programa aeroespacial brasileiro. Os maiores investimentos, informou, ocorreram n�o durante o regime militar, mas no governo Sarney (1985-1990). Depois houve um vai-e-vem � para ele a principal caracter�stica, em mobile, dos investimentos aeroespaciais brasileiros.

No governo Fernando Henrique Cardoso o or�amento foi diminuindo �at� n�o ter recursos para contratar gente�, segundo Ferreira, �o que culminou no acidente em Alc�ntara�, em agosto de 2003. No governo Sarney, informa o professor, foram gastos anualmente entre US$ 120 milh�es e US$ 150 milh�es. �O dobro do que o ministro disse que gasta o governo Lula�. Ainda assim, reconheceram os tr�s especialistas, o governo Luiz In�cio Lula da Silva aumentou os investimentos em rela��o ao governo Fernando Henrique Cardoso. Mas disseram n�o saber se h� garantia.

�E qual a garantia, ministro?�, disparou Fernandes Jr, diante de um Rezende de cal�as curtas e um sorriso beat�fico diante da miss�o no Cazaquist�o, que ser� para sempre sua marca na passagem pelo governo. Antes de tergiversar, dizer que hoje �o Brasil est� mais desperto para a Ci�ncia e Tecnologia�, etc e tal, o ministro teve de reconhecer as dificuldades decorrentes da falta de aprova��o do or�amento 2006 pelo Congresso � em plena v�spera do segundo trimestre.

Apenas 1%

Professor de F�sica da Universidade Federal de Pernambuco, Rezende rebateu com veem�ncia a cr�tica feita � destina��o de R$ 20 milh�es ao programa da Esta��o Espacial Internacional (ISS) pelo qual Pontes chegou ao espa�o. �Isso � menos de 1% do or�amento do minist�rio�, afirmou. Para o ministro, o investimento se justifica pelas oito experi�ncias cient�ficas com micro-gravidade e pelo interesse despertado �em milh�es de crian�as e jovens� por ci�ncia e tecnologia, a partir do show espacial de anteontem.

Embora se declarasse emocionado, a pr�pria gl�ria de Marcos Pontes soava algo distante para o ministro, que usava na lapela um brochinho do centen�rio de Santos Dumont - a �ltima vez que ele falou com o coronel foi h� dois meses. Rezende encontrara o presidente Lula na manh� de quarta-feira e dependia de um telefonema para voltar a falar com o chefe: ap�s o lan�amento do foguete, ele aguardava a liga��o do presidente da Ag�ncia Espacial Brasileira (AEB), diretamente do Cazaquist�o. Cinq�enta e cinco minutos depois do lan�amento do foguete, Gaudenzi ainda n�o tinha ligado.




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