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19/03/06 00:00 - Tribuna do Leitor

Gracejo e o malicioso

H� uns 40 anos, Bauru tinha tr�s r�dios: a Auri-Verde, a Terra Branca e a Bauru R�dio Clube. Numa certa tarde, estava ouvindo uma delas quando uma ouvinte ligou e conversou mais ou menos assim com o �speaker�: - Sabe, quando eu passo na rua tem sempre um homem que me chama �ei, mulata, ei, pretinha� e eu fico chateada demais; � um homem bem mais velho que eu. Bem, outro dia eu estava indo para casa e um rapaz me chamou: �Oi, moreninha fofa� e eu gostei muito. Estou errada? Se deixar ele se encostar em mim o que ser� que ele vai pensar? Que sou f�cil? O que fa�o? �Me� ajude, por favor?�.

Bem, � por a� a hist�ria, com as falhas que o tempo provoca. Mas, o que mudou de verdade? Para aquela ouvinte, hoje bem cinquentona, a maneira de a chamarem de mesti�a e depois de mesti�a-desej�vel dimensionaram a sua indigna��o e o seu posterior envaidecimento, expostos anonimamente num programa de r�dio do Interior paulista.

O tempo passou e tudo praticamente continuou igual, s� a divulga��o dos fatos tornou-se mais aberta e as puni��es mais severas. Ficou mais f�cil identificar o limite entre o gracejo at� malicioso, a corte, o flerte, a cantada at�, e o ass�dio sexual criminoso, o �tirar vantagem em raz�o da hierarquia ou fun��o�. S� n�o conseguiu-se ainda regrar-se o emocional do ofendido, balizar suas emo��es, sua capacidade de equacionar os eventos, reagir - bem ou mal - e alertar terceiros.


Fernando Marchini - RG 5.315.480 - OAB124.031 - Santo Andr�




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