No lugar da mata ciliar, uma extensa faixa de terra degradada por entulhos que amea�am a preserva��o dos c�rregos �gua da Forquilha e �gua da Ressaca, na Vila Zillo, em Bauru. Para tentar recuperar a �rea, 30 calouros do curso de biologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), os �bichos�, que participaram de trote ecol�gico plantaram cerca de 300 mudas de �rvores nativas no trecho.
Entre elas est�o aroeira-pimenteira, ing�, peroba, jequitib� e angico, todas t�picas da regi�o. A iniciativa foi dos alunos veteranos de biologia da Unesp em parceria com o Instituto Ambiental Vid�gua. O objetivo, segundo o bi�logo da ONG, Ivan De Marchi, � evitar trotes violentos e proporcionar aos calouros um contato mais direto com a��es ambientais.
�Tentamos passar aos alunos, antes mesmo deles come�arem realmente a faculdade, uma experi�ncia de recupera��o de �rea degradada. Enfocamos a diversidade de esp�cies (de �rvores) e quest�es t�cnicas e espec�ficas do curso�, comenta De Marchi.
A �rea do plantio faz parte de uma propriedade particular que foi agredida por conta do uso impr�prio do solo, como dep�sito de entulhos. Conforme o bi�logo, as mudas, que devem chegar � idade adulta dentro de sete a 15 anos (dependendo da esp�cie), v�o reconstituir a mata ciliar dos c�rregos, protegendo as �guas de eros�es, assoreamentos e do lixo.
O local tamb�m foi beneficiado recentemente com a instala��o do interceptor de esgoto, tubula��o destinada � coleta de dejetos dom�sticos, evitando que sejam lan�ados aos c�rregos. Para o calouro Artur Alc�ntara Madeira, 19 anos, o trote ecol�gico � uma alternativa essencial � conscientiza��o, n�o s� dos estudantes rec�m-chegados � universidade, mas tamb�m da popula��o em geral. �Iniciativas como essa precisam ser feitas, s�o importantes ao meio ambiente e �s pessoas tamb�m. Embora seja um gesto pequeno de preserva��o, acho que vale para atingir outras pessoas�, destaca.
A tamb�m estudante do primeiro ano de biologia da Unesp, J�lia Bette Homem de Mello, 17 anos, considera a atividade como uma op��o sadia de recepcionar os �bichos�. �� muito v�lida, principalmente para a gente, que est� entrando no curso agora. Acho bem melhor esse tipo de trote do que aqueles tradicionais, que nos fazem pagar mico no meio da rua�, completa.
As mudas plantadas foram fornecidas pelo Vid�gua, que produz cerca de 150 mil ao ano. Semana passada, segundo De Marchi, a ONG organizou trote semelhante com os calouros dos cursos de odontologia e fonoaudiologia da Universidade de S�o Paulo (USP) em Bauru. A atividade foi uma visita ao Jardim Bot�nico.
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Conscientiza��o
A Unesp intensificou, desde o fim do ano passado, a conscientiza��o de seus alunos veteranos sobre a pr�tica do trote. O vice-diretor da Faculdade de Ci�ncias da universidade, Jo�o Pedro Albino, coordena uma campanha que visa orientar os alunos sobre os riscos da pr�tica, que inclusive j� ocasionou in�meros incidentes. Em 2005, por exemplo, uma caloura do curso de educa��o f�sica sofreu queimaduras pelo corpo por conta da tinta com que foi pintada durante o trote.
Segundo Albino, foi aberta uma sindic�ncia interna na universidade para identificar os respons�veis. O processo ainda est� em andamento, por�m, de acordo com o vice-diretor, os culpados j� foram identificados. Eles podem ser suspensos ou at� expulsos da institui��o.
�Queremos quebrar o paradigma do corte de cabelo e da pintura que os calouros sofrem. � preciso que esse tipo de atividade seja substitu�do por pr�ticas esportivas, ecol�gicas e outras que tamb�m sejam sadias�, diz Albino. Conforme ele, neste ano, nenhum trote violento foi registrado na universidade.
Os novos alunos, conta o vice-diretor, foram recepcionados nesta semana com uma s�rie de atividades educativas, como palestras sobre aids e doen�as sexualmente transmiss�veis, e pe�as teatrais que abordaram a vida de estudantes que deixaram a fam�lia para cursar faculdade em outra cidade. |
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