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26/02/06 00:00 - Bairros

Filhos e netos de imigrantes fazem o caminho inverso

Em busca de trabalho, descendentes retornam � terra natal de seus antepassados

Rafael Tadashi
Um s�culo depois da chegada dos imigrantes a Bauru, hoje s�o os filhos e netos destes que desejam retornar � terra de seus antepassados com o mesmo intuito: ganhar dinheiro e voltar.

Andr� Noboru Yoshiama, 23 anos, neto de japoneses, nunca escondeu dos pais a vontade de trabalhar na terra do sol nascente. Cursando o terceiro ano da faculdade de direito, ele pretende terminar a gradua��o e ir trabalhar do outro lado do mundo. �Tenho muitos parentes que foram e se deram bem. Sei que j� n�o est� t�o bom quanto era h� alguns anos, mas com certeza tem mais trabalho do que aqui. Quero ficar uns quatro ou cinco anos e voltar com um dinheiro para abrir uma empresa�, afirma.

O pai de Andr�, Katsuzo Yoshiama, j� foi ao Jap�o quando era jovem, trabalhou durante sete anos e retornou. Para ele, �a experi�ncia foi boa�, mas ainda n�o perdeu as esperan�as de dissuadir o filho da id�ia. �J� n�o � mais a mesma coisa. N�o sei se � por que tenho mais idade, mas hoje acho que o melhor lugar � onde a gente est�, filosofa. Katsuzo relata que seus pais vieram para o Brasil por volta de 1910 para trabalhar em planta��es de caf�, gostaram da terra e optaram por permanecer aqui. �No fundo, acho que eles sempre esperavam mais um pouco, para juntar mais dinheiro e quando viram, j� eram quase brasileiros, n�?�, explica.

Para descendentes de japoneses, as oportunidades de retorno � terra natal dos antepassados � sempre mais f�cil do que para aqueles que descendem de europeus, pois a terra do sol nascente precisa de m�o-de-obra para as ind�strias, servi�o que muitos japoneses recusam. Carina Frederico Turini, 27 anos, tenta h� mais de tr�s anos, conseguir a cidadania italiana, mas ainda n�o reuniu todos os documentos que provem a origem de seus av�s. �Sempre falta algum documento. Quero ir para a It�lia para trabalhar, estudar e conhecer outra cultura�, diz. Apesar da vontade de �conhecer outra cultura�, Carina sabe poucas palavras em italiano. Palavras que sua �nona� costumava repetir.

�H� uns dez anos meus irm�os come�aram a fazer o caminho inverso ao dos meus pais�, comenta Mayumi Furukawa. Os pais dela e um irm�o pequeno vieram do Jap�o para o Brasil na d�cada de 60. Aqui, nasceram mais cinco filhos do casal Furukawa. Quando ficaram adultos, todos os irm�os de Mayumi decidiram ir para o Oriente tentar a vida. Uma irm� retornou. Hoje, apenas Mayumi, a m�e e a irm� permanecem em Bauru. �Alguns dos meus irm�os constitu�ram fam�lia por l� e talvez nunca mais voltem�, diz.




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