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26/01/06 00:00 - Pol�cia

DP investigar� autoria desconhecida

At� agora, a condu��o de inqu�ritos sobre crimes de autores n�o identificados era atribui��o exclusiva da DIG

Luciana La Fortezza
A Delegacia de Investiga��es Gerais (DIG) deixar� de investigar todos os crimes de autoria desconhecida de Bauru para focarem crimes de maior gravidade registrados na cidade e nos outros 18 munic�pios que comp�em a base da Delegacia Seccional. A informa��o foi reiterada ontem pelo diretor do Departamento de Pol�cia Judici�ria-4 (Deinter-4), Roberto de Mello Annibal.

A atua��o pontual da DIG est� entre as mudan�as implementadas por Annibal, que culminaram anteontem com a destitui��o do ent�o delegado seccional, Ant�nio �ngelo Ciocca. Em seu lugar, assumir� amanh� o delegado Doniseti Jos� Pinezi, coordenador das Unidades de Intelig�ncia do Deinter-4.

Homem de confian�a de Annibal, Pinezi tinha assumido o Grupo Especial Anti-Seq�estro, servi�o antes delegado � DIG, mas que voltou a ser subordinado diretamente ao departamento. Com menos atribui��es e mais f�lego para trabalhar, a delegacia especializada continuar� na mira do diretor do Deinter-4. Seu desempenho ser� analisado e poder� ser otimizado com novas mudan�as, caso o novo delegado seccional pondere como necess�rias.

As novidades s�o resultantes de um racha na Pol�cia Civil, exposto pelo JC. As diverg�ncias, no entanto, n�o intimidaram Annibal, designado ao comando do Deinter-4 em setembro de 2004 para fazer �a �gua turvar na regi�o�. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ontem.


Jornal da Cidade - O que esperar agora da Pol�cia Civil em Bauru?

Roberto de Mello Annibal
- Quero que a pol�cia siga em frente seu caminho. Investigue. O produto da pol�cia � o inqu�rito policial e todo levantamento de crime de autoria desconhecida. Des�gua no inqu�rito policial, que apura a verdade dos fatos, vai para a Justi�a e � examinado. A pessoa � condenada ou absolvida. Se praticou o crime, vai para tr�s das grades. Isso ajuda a combater a criminalidade. Se a pol�cia n�o investigar, todos ficam impunes e a criminalidade aumenta.


JC - Mas quais s�o os objetivos?

Annibal
- S�o dois. Aumentar o levantamento de crimes de autoria desconhecida e a qualidade do inqu�rito policial, para que, efetivamente, o promotor de Justi�a tenha condi��es de oferecer den�ncia.


JC � O novo seccional j� trabalhou com o senhor?

Annibal
- Ele j� trabalhou comigo em Botucatu e fez um brilhante trabalho � frente da delegacia de entorpecentes. � um bom administrador, uma pessoa sagaz, inteligente, com cultura jur�dica. Tem uma farta sapi�ncia na quest�o de intelig�ncia da pol�cia. L� em Botucatu, quando ele trabalhava na Dise, prendeu diversas quadrilhas de tr�fico de entorpecente, tudo na base da intelig�ncia policial.


JC - Quem vai coordenar a unidade de intelig�ncia do Deinter-4?

Annibal
- Eu n�o tenho um nome ainda. Estou estudando. Vim para c� h� quatro meses, n�o conhe�o pessoalmente todo mundo.


JC - Qual � o calcanhar de Aquiles da Pol�cia Civil em Bauru?

Annibal
- � o levantamento de crimes de autoria desconhecida. Seja ele um simples furto de botij�o de g�s, como um furto de grande repercuss�o. O que h� necessidade � de uma investiga��o efetiva.


JC - Mas tem recurso?

Annibal
- � claro que cada Deinter tem seu recurso. Recurso material tem, muito. Recurso humano n�o temos muito. Temos bastante delegado, o que n�o tem muito � investigador. Mas vai ser feito um estudo neste sentido. � simples. � uma quest�o de matem�tica. Se voc� somar o n�mero de boletins de ocorr�ncia de cada distrito e dividir por quatro, voc� tem uma m�dia. Voc� vai somar o n�mero de investigadores existentes e fazer uma divis�o eq�itativa e aritm�tica.


JC - Neste caso, os delegados ser�o divididos por distritos.

Annibal
- Se, por exemplo, o 1.� Distrito Policial (DP) tem por m�s mil casos de autoria desconhecida e o 2.� DP tem 500, logo o 1� DP tem que ter o dobro de investigadores. Quem vai fazer esse balan�o � o Pinezi, porque ele � o seccional. A gente cobra do seccional. A gente planeja e o seccional executa.


JC - Vir�o novos investigadores para c�?

Annibal
- Isso a� est� uma confus�o. Quando o concurso foi realizado, o Deinter-8, que hoje existe, pertencia ao Deinter-4. S�o 36 investigadores. Evidentemente, a regi�o de Presidente Prudente (Deinter-8) � muito mais carente que a regi�o de Bauru em termos de investigador. Est�o lutando (para pegar mais investigadores). Quem vai decidir � o delegado-geral.


JC � Mas tem um m�nimo de investigadores?

Annibal
- No m�nimo 18. Mas eu tenho 145 unidades. � um pingo no oceano. A gente vai ter que fazer um remanejamento total porque � a mesma car�ncia de investigadores em Bauru, em Assis, Ourinhos, Tup�, Lins.


JC - Investiga��o de crimes de autoria desconhecida n�o � uma atribui��o espec�fica da DIG?

Annibal
- N�o. Ela foi criada para agir na �rea da Seccional de Pol�cia, n�o na �rea da sede da Seccional. A DIG est� aqui para levantar os crimes de relev�ncia de Bauru e das 18 cidades que comp�em a Seccional. Houve um excesso de atribui��es na DIG e o distrito virou um �rg�o que fazia meramente boletim de ocorr�ncia e inqu�rito policial. S� que cada distrito tem que investigar o crime da �rea dele.


JC - A DIG ser� concorrente dos DPs?

Annibal
- A DIG � uma concorrente. Quando o DP se aperta l�, n�o consegue levantar o crime em determinado prazo, que vai ser estipulado por portaria do seccional, ent�o passa para a DIG levantar. Claro, se houver um homic�dio na �rea do 3.� DP, chama-se a DIG. N�o � para levantar furtinho de carteira. Isso o distrito tem que fazer. Ela vai para os grande assaltos.


JC - Mas tem o entrave da falta de funcion�rios.

Annibal
- Por isso vai ser feita an�lise a respeito e redistribui��o de investigadores. Eu vou fazer uma coisa s�ria. Aqui a gente n�o est� brincando de pol�cia.


JC � O senhor j� est� avaliando o trabalho da DIG?

Annibal
- Como eu posso avaliar o trabalho da DIG se ela tem atribui��o que n�o � dela. Eu n�o tenho nem como avaliar, se est� bem ou mal. S� depois de 30 dias, 60 dias vou fazer uma avalia��o para ver o que est� acontecendo. V�o ser chamados todos os delegados para uma reuni�o. Pinezi vai fazer isso.


JC - � ele quem vai avaliar eventuais mudan�as nas delegacias?

Annibal
- A proposta � do seccional. Na pol�cia ningu�m � dono de nenhuma unidade policial. N�o sou dono do Deinter. Somos todos delegados de pol�cia. Estou diretor, assim como Ciocca estava seccional, assim como Pinezi vai estar seccional a partir de sexta-feira. A pol�cia pertence ao Estado e � sociedade.


JC - O senhor vai cobrar o seccional?

Annibal
- Vou cobrar do seccional. Ele que monte o que ele quiser. Eu fui colocado aqui e foi me dito o seguinte: Roberto, l� est� muito parado. Est� cheio de folha no fundo do lago. Chaoalha e faz a �gua turvar. Vamos atacar os pontos porque tem muita reclama��o de prefeito. Mas n�o existiu racha. Pelo contr�rio, Ciocca vai trabalhar comigo, vai ser meu assistente.


JC - Ele vai coordenar as cadeias?

Annibal
- Sim. � um neg�cio muito importante porque o departamento tem de estar atento a tudo, porque S�o Paulo cobra. Vai cuidar da transfer�ncia de preso para aliviar pres�dio.




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