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01/01/06 00:00 - Perspectiva 2006

Geral: � poss�vel viver melhor em Bauru

Viver melhor. � isso que todos n�s buscamos. E para chegarmos l�, precisamos de rela��es pessoais melhores, de pessoas mais humanas e de um ambiente melhor. Um come�o � atentarmo-nos para nossos atos e corrigi-los, acert�-los naquilo que s� n�s, donos da a��o, sabemos onde e como. Mas tamb�m precisamos de uma Bauru, que em 2005 chegou a 350 mil habitantes, melhor para viver. Temos de cobrar do poder p�blico mudan�a, transforma��o, processo que cada um de n�s, como cidad�os e mun�cipes, t�m de participar.

Ieda Rodrigues
Vamos a uma Bauru melhor em 2006. Come�amos 2005 com as ruas como queijo su��o. Vieram opera��es de tapa-buracos, n�o na abrang�ncia e qualidade que a popula��o esperava. Na minha rua, existem remendos rec�m-feitos no asfalto que tornaram a via uma colcha de retalhos cheia de sali�ncias, prestes a rasgar novamente. Temos de exigir qualidade no servi�o, o que � obriga��o do poder p�blico.

� verdade que asfalto novo, como obras iniciadas na gest�o Nilson Costa, como a pavimenta��o no Parque Jaragu� e Pousada da Esperan�a, foi conclu�do. Mas precisamos de muito mais. Bauru tem 350 quil�metros de vias para serem pavimentadas, o que custaria R$ 140 milh�es, mais da metade do or�amento do munic�pio para 2006, que � de R$ 215 milh�es. E mais de 90% do nosso asfalto est� vencido. Mesmo que o Fundo do Asfalto seja aprovado, j� sabemos que levantamentos preliminares d�o conta que s�o poucos os im�veis da prefeitura que poderiam ser vendidos para custear a pavimenta��o. Os bloquetes s�o uma alternativa testada e aprovada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com a vantagem de permitir a infiltra��o da �gua da chuva no solo, mas trata-se de um pavimento para vias de baixo fluxo de ve�culos.

� preciso encontrar alternativas. Talvez um conjunto delas, o que inclui o bloquete, o asfalto pago pelos cofres municipais, pelos donos dos im�veis e novas tecnologias. N�o poder�amos deixar de mencionar a famigerada ponte Ayrton Senna, que tanta falta faz para a travessia entre Mary Dota e Distrito Industrial 1; a amplia��o do projeto de revitaliza��o da �rea central; a manuten��o adequada das pra�as j� existentes e a instala��o de pelo menos um d�cimo das mais de 200 �reas verdes que ainda n�o passam de terrenos baldios.

Com a lista das esp�cies de �rvores nativas da regi�o adequadas ao paisagismo urbano elaborada em 2005, temos de avan�ar na arboriza��o em 2006 e melhorarmos o nosso conforto t�rmico. O c�u quase sempre azul de Bauru, com temperatura que chega na casa dos 30 graus em boa parte do ano, exige mais verde nas ruas.

H� dez anos acompanho, como jornalista, o projeto de tratamento de esgoto de Bauru. J� virou uma novela que precisa chegar a um final. Estamos engatilhados � medida que a �rea para constru��o da esta��o de tratamento est� desapropriada e avan�amos na instala��o de interceptores. Mas ainda falta muito. Falta dinheiro! A obra est� estimada em R$ 70 milh�es. Se h� dez anos tiv�ssemos implantado um fundo formado por dinheiro p�blico e da taxa cobrada da popula��o, provavelmente estar�amos mais perto de livrar nossos rios do esgoto. Agora, em 2006, � preciso correr atr�s do preju�zo.

Por outro lado, temos a celebrar. H� quatro anos Bauru sobrevive ao per�odo das chuvas de ver�o apenas com arranh�es. Fruto do acaso da natureza ou do impacto de pequenas obras e as �piscininhas�, que come�am a pipocar nos novos loteamentos, � fato que a avenida Na��es Unidas n�o tem mais inundado como antes. Quem lembra dos meados da d�cada de 90 com certeza ainda tem registrado na mem�ria uma Na��es Unidas destru�da ap�s as chuvas de dezembro, mais parecendo cen�rio de guerra.

Ainda � pouco porque h� tantas e tantas fam�lias morando em �reas de risco, como no Parque Jaragu�, em casas que constantemente s�o invadidas pela enxurrada. � o momento para iniciarmos a remo��o desta popula��o e, paralelamente, buscarmos verbas estaduais e federais, n�o alcan�adas em 2005, para melhorar a infra-estrutura de bols�es de pobreza como Ferradura Mirim, Jardim Vit�ria e Jardim Ivone.

O avan�o no setor em 2005 foi a implanta��o dos Centros de Refer�ncia de Assist�ncia Social (Cras), cujo objetivo � ser a porta de entrada para atendimentos e encaminhamentos na �rea social. O que se espera � que em 2006 este modelo comece a produzir frutos, que consiga reinserir os usu�rios no mercado de trabalho, quebrando o c�rculo de assistencialismo e miserabilidade. Aos usu�rios, na falta de vagas de emprego, valem solu��es caseiras como o artesanato e a profissionaliza��o dos que atuam na coleta de materiais recicl�veis.

Afinal, os catadores de recicl�veis, que tanto bem fazem ao meio ambiente, precisam de ganho justo e dignidade. A popula��o pode - e deve - colaborar separando materiais reaproveit�veis, que hoje est�o indo para o lixo. E a sa�de? 2005 ficar� na mem�ria do setor como o ano que Bauru perdeu dois prontos-socorros � Mary Dota e Ipiranga. � verdade que as duas unidades j� n�o funcionavam como a classifica��o do atendimento requeria. Mas a nossa expectativa, natural a quem deseja uma cidade melhor, � que os problemas fossem resolvidos e n�o que os prontos-socorros fossem rebaixados a unidades b�sicas de atendimento.

Como a primeira gest�o Tuga Angerami, que ficou marcada pela implanta��o de um tema de atendimento de sa�de descentralizado atrav�s das unidades b�sicas instaladas nos bairros, que esta tamb�m d� a virada no setor a partir deste ano. E tem que come�ar pelo prometido, com a contrata��o de m�dicos e aparelhamento das unidades b�sicas para que o cidad�o n�o precise deslocar-se ao Pronto-Socorro Central por causa de uma simples dor de garganta.

Mas a popula��o tamb�m tem muito a aprender... E a praticar. Se continuarmos jogando lixo nos terrenos baldios, teremos que conviver com doen�as como a leishmaniose, que mata animais e humanos. Assim como temos de ser mais tolerantes com nossos semelhantes para evitar cenas de viol�ncia infelizmente ainda t�o comuns; cumprir com nossas obriga��es, o que vai desde a dar seta no tr�nsito at� a ensinar aos outros aquilo que sabemos. Enfim, para 2006 fica o convite a todos os bauruenses e aqueles que, como eu, adotaram esta terra, que analisem a cidade sob o foco de sua �rea de atua��o, de conhecimento, e ajude a transform�-la!




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