Ah! A boa e velha praça Rui Barbosa.
Praça por nós muito querida, dela que tiramos o sustento de nossos lares.
Artesãos como o seu Samir, Bolha, Gauchinho, Branco, Lucia, entre tantos outros, me perdoem por não ter citado o nome de todos, dali tiram o sustento para seus lares trabalhando na praça todos os dias em que haja movimento no comércio, seja dia de pagamento ou não, todos os dias, sem folga.Eles chegam devagar, um a um, e vão se instalando em seus lugares, sem que nenhum deles invada o espaço do outro, num respeito mútuo.
Mas, ao chegar o fim de semana próximo ao dia de pagamento e às festas de final de ano, aparecem os pasteleiros, que se dizem representantes de entidades sociais, muitas vezes religiosas, e se instalam em cima dos artesãos. Não respeitando quem ali trabalha o ano inteiro. E se procurados para conversar, alegam que têem alvará da prefeitura e por tanto não vão sair da onde estão.
Se um pedaço de arame, que faz parte do trabalho do artesão confeccionar adornos em arames de alpaca e latão, se um pedaço pular, ao ser cortado com alicate, e cair no óleo de fritura do pastel, para os pasteleiros não é acidente, que pode ser evitado se o pasteleiro montar sua barraca de pastel em um outro ponto que não o em que estão os artesãos, como por exemplo, próximo aos espetinhos. Como dizia se um pedaço de arame cai no óleo de fritura, para os pasteleiros é provocação.
E o cheiro do óleo, e a sujeira de óleo que fica no chão? Ano passado, próximo às festas de final de ano, seu Samir escorregou na sujeira de óleo, que os pasteleiros deixaram pelo chão, caiu e machucou o braço, não pode trabalhar na melhor época do ano. Algum pasteleiro apareceu para perguntar se ele precisava de uma colher de açúcar que fosse?
E assim sai ano e entra ano e nada se faz, A Prefeitura não tem legislação específica, a saúde diz que a higiene é boa? Sei lá, não há para quem reclamarmos, só nos reta deixar de lutar pelo nosso espaço e sair de campo, passando um péssimo natal, por causa da intransigência, daqueles que querem nosso ponto para faturar, e dane - se o artesão e sua família. Mas eu desejo um “feliz natal” e um ano novo bastante próspero para que eles não precisem dos nossos cantinhos para faturar, mas se usarem o ano que vem teremos um bispo em Bauru, daí reclamaremos para ele, quem sabe, ele de um jeito.
Obs: o capítulo I artigo 5 parágrafo IX da Constituição Federal, que é superior a qualquer outra lei, diz que: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. (Celso “Celsão” Ferraz Lisboa - RG 7853667/4 )
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