Mais uma vez o governo e a Petrobrás demonstram que falam línguas diferentes quando o assunto é o preço dos combustíveis.
O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, anunciou recentemente que a abertura das importações dos derivados de petróleo e a adoção de um novo imposto sobre os combustíveis deverão ser revistos. Com isso, a gasolina poderia ficar até 20% mais barata.
O ministro de Minas e Energia, José Jorge, se reuniu com executivos da BR Distribuidora para fazer as estimativas dos novos preços da gasolina. Nas refinarias a previsão é de uma redução de 25%. O óleo diesel deve ficar 8% mais barato na refinaria e 6% nos postos.
Entretanto, na contramão do pensamento do Executivo, o presidente da Petrobrás, Philippe Reichstul, afirmou em entrevista a um jornal que poderá haver aumento no preço da gasolina nos lugares que ficam distantes das refinarias.
Ele considerou que os distribuidores que tiverem que vender derivados de petróleo nesses lugares e não tiverem a opção de importar a preços competitivos, terão de incluir o frete no preço final dos combustíveis.
Diferenças de opiniões à parte, é cada vez mais evidente e urgente que a política setorial tucana mude seu rumo de atuação. Os esforços maiores devem se concentrar para tornar o País ainda mais auto-suficiente em petróelo do que já é atualmente. Isso, além de contribuir para baratear o valor da gasolina nas bombas, poderia gerar mais postos de trabalho. É claro que tal ênfase exige tempo e altos investimentos, mas, principalmente, vontade política.
Além disso, eliminar parte da cadeia de impostos que eleva consideravelmente o preço dos combustíveis é outro ponto fundamental que já deveria ter sido posto em prática. A tão propalada - e adiada - reforma tributária é o caminho.
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