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Uma máquina de cair o queixo

Uma máquina de cair o queixo

Marcelo Ferrazoli
Uma super-máquina. Não há adjetivo melhor para definir o jipe Willys 68 de propriedade do jovem bauruense Afonso Carlos Telles Nunes.

De longe, ele já impressiona pela beleza. O vermelho bonanza (mesma cor utilizada pelos carros das viaturas de Resgate do Corpo de Bombeiro) dá ao veículo um ar de imponência típico dos automóveis que encaram qualquer terreno, como os jipes.

De original no veículo somente o chassi. Mas as modificações - e foram muitas - não o fizeram perder o glamour e a funcionalidade características dos Willys. Ao contrário, as alterações no automóvel o transformaram, sem exagero, em um dos jipes mais completos da região.

Para empurrar o carro, Afonso escolheu um motor turbinado Falcon 3.6 à álcool e, do Omega, adaptou a direção hidráulica, o alternador e o ventilador. Além disso, o jipe conta também com snorkel (equipamento que o permite afundar na água sem afogar) e uma série de itens que o fazem moderninho: freios a disco nas quatro rodas, servo-freio, bomba de combustível Holley, amortecedores a gás pressurizados, pneus BF Goodrich 33/126, câmbio Clark de quatro marchas da F1000 e filtro de ar de caminhão.

No interior, a exemplo da parte mecânica, o jipe é bem equipado. A começar pelo painel, que possui relógios marcadores do nível do óleo e do combustível, pressão do combustível, temperatura do óleo, pressão do turbo, voltímetro, amperímetro e conta-giros. Os bancos, em formato de concha, são dotados de cinto de segurança de quatro pontos, acessório semelhante aos utilizados pelos pilotos de ralys. Outro destaque é o sistema de som e comunicação. Além de rádioamador PX, o jipe ganhou recentemente um CD marítimo (necessário para suportar umidade), módulo de potência e alto-falantes.

Além disso, é dotado de gaiola de proteção, capota conversível, extintor de incêndio canalizado e um guincho mecânico com capacidade de tração de cinco toneladas.

Afonso revela que para transformar o Willys em um verdadeiro “gigante” off-road já investiu cerca de R$ 24 mil em um período de dois anos. Apesar disso, diz ainda não estar satisfeito. “Tenho intenção de colocar mais um turbo e um intercooler, além de molas da Toyota, pneus de 38 polegadas e câmbio cinco marchas”, conta ele. E brinca: “Se esse jipe tivesse um motor V8, ele seria o meu travesseiro”.

Vendê-lo? Nem pensar. “Isso nem passa na minha cabeça. Já chegaram a me oferecer mais de R$ 20 mil, mas não quis saber”, afirma ele.


Curtindo a natureza


Uma máquina dessas seguramente não foi feita para andar só no asfalto das ruas bauruenses, onde, segundo Afonso, costumeiramente evita transitar.

O negócio de Afonso e seu irmão João Carlos, outro apaixonado por jipes, é curtir a natureza. E, para isso, nada melhor do que encarar uma trilha. “Vamos para o mato com freqüência, pois adoramos estar junto à natureza para curtirmos o ambiente familiar que reina entre os jipeiros. Graças a esse hábito já conheci lugares que jamais imaginei que existissem”, destaca Afonso.

E foi justamente em uma dessas “aventuras” off-road que o jovem bauruense passou por um dos maiores apuros de sua vida, que quase lhe custou o fim de seu namoro. “Atolamos em um rio e começou a chover. Não sabiamos o que fazer para conseguir sair do local. A saída que encontramos foi puxar o jipe pelo guincho e fazer o motor pegar, uma operação que demorou mais de cinco horas. Quase terminei meu namoro naquele dia”, relembra Afonso.


Tal pai, tal filho


A paixão de Afonso e seu irmão pelos jipes tem raízes familiares. Seu pai, João Carlos, é proprietário de veículos do gênero desde o final da década de 60. De lá para cá, o gosto pelo automóvel foi sendo transmitido entre os anos. “Meu primeiro carro foi um jipe e aprendi com meu pai a gostar deles”, considera ele.

Afonso também destaca que outro grande incentivador do amor pelos veículos foi seu irmão João Carlos. “Ele sempre me ajudou muito”, enfatiza ele.

Afonso frisa que os jipes foram tão importantes que auxiliaram até nos laços afetivos familiares. “O que colaborou muito para a união de nossa família foi o jipe”, conclui o jovem.

Perfil

Nome
Afonso Carlos Telles Nunes

Profissão
Mecânico

Idade
23 anos

O que mais lhe irrita no trânsito bauruense?
“A falta de fluência, pois parece que os motoristas estão passeando nas ruas”

Quem você não colocaria como passageiro do seu carro?
“O George Bush, presidente dos Estados Unidos. É o meu inimigo número 1, pois pratica uma política totalmente contrária ao progresso, à paz e à distribuição de renda entre os países mais pobres”.

Quem você levaria como passageiro do seu carro ?
“Minha namorada e minha família”

Que nota você daria aos motoristas bauruenses ?
Sete.




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