O trânsito foi desviado para uma alça de terra que dá acesso à uma outra rua sobre o córrego, passando pelo Beija-Flor.
O acesso ao Núcleo Mary Dota pela rua Rosa Malandino Mondelli, prolongamento da avenida Nuno de Assis, na altura da escola estadual João Maringoni, está interditado. As chuvas do final de semana abriram uma erosão no córrego Barreirinho e o asfalto da pista Centro/bairro cedeu, impedindo a passagem. Ontem à tarde, por medida de segurança, a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) também interditou a pista bairro/Centro.
O trânsito, no sentido Centro/bairro, foi desviado para uma alça de terra existente a poucos metros antes da erosão, que dá acesso à uma rua que até agora era mais usada para chegar ao Núcleo Beija-Flor. No sentido contrário, ou seja, bairro/Centro, o trânsito também está sendo desviado para a rua lateral até a continuação da avenida Darcy César Improta, e depois para a rua Ernesto Monte, caindo novamente na avenida Nuno de Assis.
O secretário municipal de Obras, Edmilson Queiroz Dias, disse que vai pavimentar a alça de terra o mais rápido possível para que o trânsito possa fluir melhor. A equipe técnica da Secretaria de Obras, que junto com o prefeito Nilson Costa visitou a erosão, ontem à tarde, ainda está decidindo qual a melhor medida a ser tomada.
Uma das alternativas, de acordo com Dias, é recuperar a passagem sobre o córrego Barreirinho fazendo a troca dos tubos de aço corroídos por outros de concreto e reconstruir a base e a pista. Para isso, a Secretaria de Obras precisa abrir licitação para comprar os materiais necessários à obra. O serviço seria executado pelos próprios funcionários da Secretaria Municipal de Obras.
A segunda alternativa, segundo Dias, é construir uma outra alça de interligação sobre o córrego Barreirinho, ao lado da já danificada, o que também exige licitação. Ele disse que será escolhida a alternativa cuja execução seja mais rápida.
A decisão deve ser tomada entre hoje e amanhã, mas o secretário de Obras já avisa que qualquer uma das duas opções exigirá a aquisição de materiais através de licitação, o que demanda tempo. Dias também ressaltou que os orçamentos da Prefeitura e da Secretaria de Obras estão no fim. Por enquanto, a Secretaria Municipal de Obras não tem previsão de quando o acesso será recuperado ou inaugurada uma possível nova interligação.
Morador do Núcleo Mary Dota, o professor Jalmar de Carvalho Gonçalves, que passava diariamente pelo acesso que ontem foi totalmente interditado, disse que o processo erosivo era visível já há alguns meses. Ele questiona o porquê a Secretaria de Obras não tomou providências antes.
Edmilson Queiroz Dias disse que sabia que os tubos de aço sob o córrego Barreirinho estavam sofrendo processo corrosivo e que, por isso, colocou no orçamento do próximo ano a recuperação do acesso danificado e a construção de uma segunda interligação.
A pista cedeu no sábado, provavelmente em decorrência das chuvas que caíram em Bauru desde quinta-feira. Gonçalves também questiona o porquê as obras no acesso, que foi parcialmente interditado no domingo, não começaram ainda no final de semana. O secretário de Obras disse que foi comunicado da erosão no domingo e que por conta do dia de descanso dos funcionários as obras foram deixadas para ontem.
Para Gonçalves, é preciso urgência na recuperação do acesso ao Mary Dota, que além dos moradores do bairro é utilizado por quem mora no Núcleo Nobuji Nagasawa (Bauru 2000) e Jardim Chapadão. O professor acredita que o desvio de todo o trânsito para a interligação lateral vai causar congestionamento em horários de pico, principalmente no final da tarde, entre 17h30 e 18h30.
Ontem à tarde, a equipe do JC nos Bairros constatou que o trânsito fluía com lentidão por volta das 18h30, mas não houve congestionamento. Gonçalves lembrou que o acesso ao Mary Dota também é utilizado por caminhões que chegam e saem do frigorífico localizado no bairro o que, para ele, aumenta a probabilidade de lentidão no trânsito.
O que causou a erosão
A erosão surgiu, levando a pista a ceder, porque o tubo de aço ármico que canaliza o córrego Barreirinho apodreceu, como aconteceu na avenida Waldemar G. Ferreira e em outras vias de Bauru, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras. O tubo ármico é implantado para receber apenas água da chuva, mas nos locais onde, indevidamente, também canaliza esgoto ou água utilizada que contém produtos químicos, com o passar do tempo, entra em processo corrosivo.
À medida que o tubo de aço sofre a corrosão, ocorrem vazamentos da água canalizada. Os vazamentos, por sua vez, provocam o solapamento da base sob os tubos. Com a base comprometida, a pista logo acaba cedendo. Para recuperar a pista é preciso trocar o tubo que canaliza a água, refazer a base e a pavimentação.
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