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12/12/01 00:00 -

Crianças surdas vão cantar no Centrinho

Crianças surdas vão cantar no Centrinho

Redação
Como parte de uma programação especial de Natal, um coral de crianças deficientes auditivas do Centrinho apresentará quatro canções natalinas, abrindo o evento “A Noite do Pijama”, hoje, às 19 horas, no Centro Educacional do Deficiente Auditivo (Cedau). As informações são da assessoria de imprensa do Centrinho.

O Cedau é um programa do Centrinho em parceria com a Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais (Funcraf). A Noite do Pijama é um acontecimento que se repete há cinco anos, com participação das crianças atendidas na instituição e de seus pais. É programada a chegada do Papai Noel, sempre de forma especial. Em 1996, o “bom velhinho” desceu do telhado, com muitos presentes.

Em 97, chegou ao Cedau ultrapassando o muro com uma escada do Corpo de Bombeiros; em 98, veio embrulhado para presente e as crianças o desembrulharam para receber a surpresa. Neste ano, o Papai Noel chegará em um trenzinho, animando as crianças com o seu sino. Isso às 22h30. Em seguida, todos, vestidos de pijama, farão uma pequena viagem pela cidade.

Muitas atividades encerrarão o ano no Cedau. No entanto, o momento mais aguardado será o da apresentação do coral. Serão 38 crianças, de 2 a 13 anos, cantando, com ritmo, afinação e harmonia, músicas natalinas. “Quero ver você não chorar. Não olhar para trás, nem se arrepender do que faz. Quero ver o amor vencer, mas se a dor nascer, você resistir e sorrir...” será uma das canções.

De acordo com a equipe de reabilitação do Centrinho, a criança portadora de deficiência auditiva deve ser vista na sociedade como qualquer outra, cheia de vida, brincalhona, e sua diferença precisa ser entendida como todas as diferenças que fazem parte da vida humana. Com essa filosofia, o hospital integra a música ao processo terapêutico com as crianças.

“Elas adoram cantar, sentem-se orgulhosas e não vêem a hora de isso acontecer”, assegura Maria José Monteiro Benjamin Buffa, coordenadora do Cedau. O coral é regido pelas pedagogas do programa e as crianças apresentam-se, ao longo do ano, em atividades educacionais e recreativas do Centrinho.


Aprender a ouvir


De acordo com Adriane Lima Mortari Moretti, fonoaudióloga do Centrinho, essas crianças conquistaram a possibilidade da linguagem oral porque participaram de um trabalho terapeutico intenso. “As famílias precisam se envolver para que os filhos alcancem essas habilidades”, aconselha. Adriane explica que, para se chegar a esse estágio, de compreensão e interpretação oral da música, é fundamental a detecção precoce da perda auditiva, ou seja, na maternidade.

A adaptação do implante coclear, que é o mais sofisticado recurso da medicina para reabilitação da surdez profunda, favorece o sucesso da criança. Em resumo, a fonoaudióloga identifica que o caminho para se chegar até a situação do canto está numa somatória do envolvimento familiar com o trabalho terapeutico voltado ao aproveitamento da audição residual e aquisição da linguagem oral.

Desde 1985, o Centrinho dedica-se à reabilitação da deficiência auditiva, através de programas que visam prevenir, educar, reabilitar e habilitar por meio de adaptações de aparelhos auditivos, cirurgias, acompanhamento foniátrico e de atividades terapêuticas.

A meta é atuar com a criança o mais cedo possível, favorecendo seu desenvolvimento cognitivo, seu processo de socialização e sua escolaridade. O Centrinho é um dos únicos hospitais que tem a relação da anomalia craniofacial em todo seu atendimento. Por isso, a procura pelos serviços é muito grande.




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