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Violência leva rurais a Petrelluzzi

Violência leva rurais a Petrelluzzi

Adilson Camargo
Proprietários rurais descontentes com os constantes crimes cobram medidas da Secretaria de Segurança Pública.


A criação da Patrulha Rural não produziu os efeitos esperados. Essa é a conclusão dos proprietários rurais cadastrados no Sindicato Rural de Bauru. Alguns deles se reuniram na última semana, na sede da Federação da Agricultura, em São Paulo, e criaram uma comissão com o objetivo de cobrar uma ação mais efetiva da Secretaria de Segurança Pública. Eles querem que o secretário Marco Vinicio Petrelluzzi encontre uma maneira de acabar ou pelo menos reduzir a violência que, aos poucos, vem tomando conta da zona rural. Na opinião do presidente do sindicato, Maurício Lima Verde Guimarães, a Patrulha Rural não está resolvendo a questão da violência no campo. “A Polícia Militar já se movimentou, mas o problema continua sério”, disse.

A patrulha é uma iniciativa do 4.º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), com sede em Bauru. Preocupados com a dimensão que a violência vinha tomando na zona rural, os policiais resolveram adotar um policiamento mais ostensivo nas imediações das fazendas da região. A partir de então, passou-se a incentivar a implantação da patrulha em todas as 29 cidades abrangidas pelo 4.º BPMI.

Embora a Patrulha Rural ainda não tenha deslanchado na região, o sindicalista demonstra não estar totalmente confiante na eficiência que ela possa ter. “Só em Bauru, para dar um exemplo, nós temos quase 600 quilômetros de estradas vicinais. Por causa disso, (o patrulhamento) é muito complicado. A extensão é muito grande”, declarou.

Lima Verde cita ainda alguns fatos recentes que estariam tirando o sossego dos proprietários rurais. Ele lembrou o assassinato do fazendeiro Antônio Ribas Sampaio, 66 anos, ocorrido em 24 de outubro último, em Pirajuí, e o furto de 172 cabeças de gado da Fazenda do Lago, em Avaí, há quatro meses.

O suposto assassino foi preso na última quinta-feira em uma operação que envolveu policiais de Bauru, Agudos, Pirajuí e Balbinos. Dos 172 animais furtados em julho, 62 foram recuperados no início de novembro pela polícia de Avaí. “A outra parte provavelmente já foi consumida”, acredita o sindicalista. Para Lima Verde, o primeiro passo no sentido de resolver o problema da violência no campo é conseguir falar com o secretário Petrelluzzi. “Queremos saber qual é o apoio que ele pode nos dar. Vamos levar o problema para a reunião (com o secretário) e ver o que se faz. De repente, cria-se algum tipo de coisa”, disse o presidente do sindicato.

Antes mesmo da reunião acontecer dá para sentir nas palavras do sindicalista qual deve ser o tom da conversa. “Nós vamos nos colocar à disposição (da secretaria) para ajudar, porque policiamento não é obrigação nossa. O que nós podemos fazer é informar o que está acontecendo. Nada além disso”

Apesar de dizer que não é atribuição dos proprietários rurais o policiamento no campo, Lima Verde alerta sobre uma tendência que vem se tornando cada vez mais forte. “Na reunião (da semana passada), tinha alguns proprietários revoltados, que estavam cogitando a hipótese de armar os empregados. Isso pode gerar alguma coisa mais séria.”

Na avaliação do sindicalista, da mesma forma como a violência cresce na área urbana ela cresce também na área rural. “Com a agravante de que no campo não existe a fiscalização policial que existe na cidade.”

O Sindicato Rural de Bauru reúne cerca de 1,3 mil proprietário rurais das cidades de Bauru, Agudos, Avaí e Piratininga. Segundo o presidente Lima Verde, a reunião com o secretário Petreluzi deve acontecer na próxima terça ou quarta-feira.


Agudos cria parceria para evitar crimes

Enquanto a Patrulha Rural não entra em operação, proprietários rurais e autoridades policiais de Agudos fazem parceria para combater eventuais crimes, como roubo e furto de gado.

A parceria nasceu de uma reunião, realizada na última terça-feira, entre a Polícia Militar e a Associação dos Proprietários Rurais do Município de Agudos. O encontro contou ainda com a presença do capitão Siqueira, comandante da 5ª Companhia da Polícia Militar de Lençóis Paulista, à qual a PM de Agudos é subordinada, e de representantes das Polícias Ambiental e Rodoviária.

Com a criação da parceria, ficou acertado que todos os proprietários rurais de Agudos vão preencher um cadastro com informações que podem facilitar o serviço da polícia. Entre os dados devem constar quais são as vias de acesso mais rápidas até as propriedades, a distância de cada uma delas em tempo e em quilômetros até a cidade e o tamanho em hectares.

A PM da cidade irá contar também com um mapa onde estarão demarcadas todas as propriedades rurais. Para evitar trotes, cada proprietário receberá uma senha, que deverá ser informada à polícia quando esta for acionada, via telefone, para atender a algum chamado de emergência. Os proprietários se comprometeram ainda a compartilhar entre eles os números dos telefones fixos e móveis (celulares). A iniciativa visa a comunicação imediata entre eles quando for constatada alguma cerca danificada ou movimentação suspeita na região.

Dos cadastros devem constar também as marcas ou desenhos usados nos animais. Essa informação deve ajudar a polícia em uma eventual fiscalização de cargas suspeitas.

Novo encontro entre policiais e diretores da associação, está marcado para esta semana. Eles devem fazer um levantamento dos pontos de maior incidência de roubos e furtos de gado. O objetivo, segundo o cabo Camargo, da PM de Agudos, é montar ‘blitze’ periódicas para fiscalizar veículos e atividades suspeitas.


Motocicletas


A reunião entre proprietários rurais e a polícia tratou também da implantação da Patrulha Rural em Agudos. Um dos pontos discutidos foi de que maneira seria feito o patrulhamento. Os participantes chegaram à conclusão de que a motocicleta seria o melhor meio de locomoção, por se adaptar melhor a qualquer tipo de terreno, seja ele feito de terra, asfalto ou cascalho. Foi levantada até mesmo a necessidade, em alguns casos, da polícia seguir por trilhas e pastagens.




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