Barão do Rio Branco já dizia que no Brasil só há duas coisas bem organizadas: O Carnaval e a Desorganização. E, a julgar pelo tempo que se passou, nossos Carnavais continuam admiravelmente organizados. A Desorganização, nem se fala.
Dias atrás, tentava eu dizer nesta Tribuna o que a minha desorganizada concatenação acabou não dizendo. Mas a nossa admiração pela sabedoria de Rio Branco continua. Aliás, admiração minha e daqueles que, às vezes e sem querer, suprimem palavras que anulam parte dos textos que jornalistas e paupérrimos tribunos deste espaço estruturam de boa mente. É possível que o Barão também tenha sido um homem desorganizado, porque senão se lembraria de que somos, todos nós indistintamente, imperfeitos a caminho da perfeição.
De forma rudimentar, mas organizada, aprendemos que o número de habitantes de um país é divisor importante na equação que apura o PIB (Produto Interno Bruto). Idem, que o PIB pode apontar o crescimento ou a retração econômica de um País. Em tese, achamos que se a população negra mais seus afins constituem quase a metade da nossa gente brasileira, e considerando-se que o profissional negro quase não é visto (sem demagogia!) nas repartições públicas, nos meios militares, nas demais linhas de trabalho e produção, e, muito menos nas cúpulas de todos esses setores sociais da vida brasileira, então o “divisor” dessa parafernália econômica está errado. Somos induzidos a crer que o branco trabalha pelo negro, pelo menos em termos de viabilidade sócio-econômica.
Temos convicção de que o negro necessita de apoio específico para galgar as esferas acadêmicas, sem humilhação. É preciso fortalecer a nossa democracia e mostrar ao mundo, sem ambição mesquinha, a nossa competência em acabar e anular de vez esse racismo, um preconceito odioso que assola o planeta, sem o menor sentido. Com isso, seremos mais felizes. Teremos a satisfação de dizer, aqui dentro e lá fora, que o Brasil é o “Coração do Mundo, e Pátria do Cristianismo”. (Antonio Ribeiro Corrêa - RG. 4.168.220)
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