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O ronco pode matar, diz especialista

O ronco pode matar, diz especialista

Adilson Camargo
Considerada uma doença, o ronco dificulta a passagem do ar, força o coração e pode causar parada respiratória

A ação involuntária do ronco, aparentemente inofensiva, pode, com o passar dos anos, ser fatal e levar à morte. A informação é do médico Sérgio Tufik, chefe do Instituto da Medicina do Sono da Escola Paulista de Medicina (EPM), em São Paulo. Para esclarecer essas e outras questões envolvendo as doenças do sono, o Instituto do Sono de Bauru organizou, ontem de manhã, um simpósio com a presença de especialistas no assunto.

O II Simpósio Internacional da Medicina do Sono foi realizado no salão Diamante do Garden Plaza e contou com a participação dos palestrantes Regina França Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP) - câmpus de Ribeirão Preto -, do americano Richard Ferber, do Instituto de Medicina do Sono Infantil de Harvard, além de Tufik.

Na platéia estavam, quase que exclusivamente, profissionais ligados à área da Saúde, como médicos e pediatras. Além deles, também marcaram presença alunos de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Psicologia, Psiquiatria. Enfim, áreas que, de uma forma ou de outra, trabalham com a saúde das crianças.

O médico Alberto Luiz Moura dos Santos, do Instituto de Medicina do Sono de Bauru, explicou que o simpósio, em sua segunda edição (a primeira foi no ano passado), continua dando prioridade à discussão de assuntos que possam ajudar na elaboração de diagnósticos cada vez mais precisos. Isso evitaria que crianças deixassem de sofrer “um mal que pode ser perfeitamente corrigido”, lembrou o médico.

Segundo ele, para a grande maioria dos chamados “problemas do sono” existe cura. “A única doença que ainda não dá para prever ou tratar é a morte súbita no berço. Em todas as outras a cura, ou pelo menos o controle, é possível”, informou Santos.

A causa da morte súbita no berço ainda é desconhecida pela medicina, de acordo com o especialista. Ele explicou que existem crianças, com até um ano de vida, sem nenhum tipo de doença aparente, que são encontradas mortas pelos pais.

Ronco

Existem doenças que são exclusivas ou que se manifestam preferencialmente durante o sono - que representa cerca de 1/3 da vida de uma pessoa, segundo os cálculos do instituto.

Uma das doenças mais comum é o ronco. Além do barulho característico, gerado pela dificuldade que o ar encontra para passar pela garganta, o ronco pode obstruir totalmente a passagem de ar e causar uma parada respiratória.

Segundo estatísticas apresentadas pelo chefe do Instituto do Sono da EPM, Sérgio Tufik, o ronco atinge cerca de 40% dos homens e 20% das mulheres. A idade mais crítica para os homens seria entre 60 e 70 anos, quando a porcentagem sobe para 70%. Nessa faixa etária, o risco de morte também aumenta.

“O ronco tem tudo a ver com a morte (dos mais idosos) porque força o coração para receber oxigênio”. De acordo com Tufik, as mulheres ficam mais vulneráveis ao ronco quando atingem a menopausa. O médico informou ainda que cerca de 20% daqueles que roncam também sofrem de apnéia, que é outra doença que pode levar à morte.

Trata-se de uma parada respiratória que, segundo Santos, pode levar a consequências extremamente graves, tanto do ponto de vista da saúde física como social. A doença não atinge apenas as crianças. Entre os males relacionados à apnéia estariam a insuficiência cardíaca, derrame cerebral e infarto.

“A apnéia leva também a consequências sociais como a diminuição da capacidade de trabalho, em razão do cansaço, e pode, nos casos mais graves, diminuir o desejo sexual.” Este último é encarado pelo médico como um fator gerador de atrito entre casais.




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