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Consulta sobre Reitoria fica para 2002

Consulta sobre Reitoria fica para 2002

Gilmar Dias
Reitor da Unesp está confiante na preferência da comunidade universitária, que quer Reitoria no Interior.


A consulta que vai decidir se a Reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp) deve ser transferida para o Interior será realizada no início do ano que vem. A informação é do reitor da universidade, José Carlos Souza Trindade.

Uma comissão designada pelo Conselho Universitário da instituição já está trabalhando na organização da consulta, que terá a participação dos três segmentos representativos da comunidade universitária: professores, alunos e funcionários.

Na última reunião do Conselho Universitário da Unesp, realizada no dia 13 deste mês, a maioria de seus integrantes votou a favor da consulta, uma forma democrática de conhecer a opinião da comunidade sobre o assunto. Dos 40 conselheiros que votaram, 25 se posicionaram a favor da consulta, 12 contrários e três se abstiveram.

Segundo o reitor, também foi aprovado o peso dos votos de cada categoria na consulta, que será o mesmo aplicado na eleição para a Reitoria. Ou seja, os votos do corpo docente terão peso de 70%, os dos estudantes 15% e o dos funcionários também vão representar 15%.

Trindade explicou que não há mais tempo suficiente para promover a consulta neste ano, já que as férias da comunidade acadêmica vão se iniciar nos próximos dias.

“O assunto merece um amplo esclarecimento à comunidade. Cada lado deve defender seu ponto de vista: aqueles que são a favor da interiorização e aqueles que acham melhor que a Reitoria fique na Capital.”

O reitor acredita que a partir de março será possível viabilizar a consulta. Ele está confiante na resposta da comunidade acadêmica. “Se for mantido o clima da época em que fizemos a campanha para a Reitoria, acho que a maioria da comunidade será favorável à interiorização.”


Processo


Se a tese de que a Reitoria da Unesp deve ser interiorizada vencer, o assunto retorna ao Conselho Universitário da instituição. A partir daí, os conselheiros vão decidir, por critérios técnicos, qual a melhor cidade para abrigar a Reitoria.

Atualmente, quatro cidades disputam a indicação: Bauru, Botucatu, Rio Claro e Araraquara. “E há possibilidade de outras cidades também se candidatarem. Podem ser cidades que tenham câmpus da Unesp ou cidades neutras. Essa questão não está fechada.”

Simbolicamente, Ilha Solteira - município do extremo Oeste do Estado, localizado na divisão de São Paulo e Mato Grosso do Sul - é a sede da Reitoria, mas o poder de decisão da universidade sempre esteve na Capital.

Segundo o reitor, para que o Conselho Universitário decida a sede definitiva diferente de Ilha Solteira, obrigatoriamente serão necessários dois terços dos votos de seus integrantes, 73 no total. A mesma proporção de votos também será aplicada para uma decisão contrária à interiorização, ou seja, para que a Reitoria permaneça na Capital.


Até final de 2002


Defensor da interiorização da Reitoria, Trindade acredita que se a consulta à comunidade universitária aprová-la, a intenção é de que todo o processo (incluindo a escolha da cidade e a instalação da instância) seja concluído até o final do ano que vem. “Como reitor, eu gostaria que isso ocorresse o mais rápido possível.”

Mas ele prevê pelo menos três meses de discussões sobre o assunto no Conselho Universitário, se a consulta optar pela interiorização. “O conselho terá que rediscutir os aspectos técnicos de cada cidade. O colegiado terá que chegar a uma decisão de consenso para poder obter os dois terços dos votos.”

Trindade deseja que até maio ou no máximo junho do ano que vem a situação esteja definida. “Nós dilatamos o aluguel do prédio onde hoje estamos instalados até o final do ano que vem. Mas, seis meses antes, teremos que dar uma indicação para o proprietário. Temos também os aspectos de mudanças. Acredito que até dezembro do ano que vem ou início de 2003 já estaremos em novas instalações.”


“Prestígio intelectual”


Para o reitor, a cidade que for contemplada com a reitoria da Unesp vai ganhar em “prestígio intelectual”. Ele destaca também o orçamento anual da universidade - cerca de R$ 6 milhões - que vai incrementar a movimentação financeira do município.

“Outro aspecto é a movimentação que a cidade vai ganhar. As reuniões freqüentes do Conselho Universitário vão movimentar a rede hoteleira e restaurantes. Se a interiorização se concretizar, o deslocamento dos profissionais para a cidade escolhida vai fomentar o setor de moradias.”

Atualmente, cerca de 500 servidores prestam serviços à Reitoria da Unesp, em São Paulo, número que deverá ser reduzido após a conclusão de um estudo de racionalização. “Nossa pretensão é trabalhar com cerca de 300 funcionários”, informou, completando que é o estudo que vai apontar a necessidade.

Uma das vantagens apontadas por Trindade para interiorizar a Reitoria é a economia de dinheiro. “Ao longo de um prazo de dez anos, considerando as reuniões do colégio universitário e da câmaras centrais de graduação, vamos economizar cerca de R$ 40 milhões.”

Ele destaca a importância da discussão da interiorização da Reitoria. “Principalmente porque pretendemos abrir novos câmpus universitários. É uma forma da universidade se identificar com sua vocação, ou seja, uma universidade voltada para o Interior do Estado de São Paulo.”




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