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Peemedebistas prevêem futuro sombrio

Peemedebistas prevêem futuro sombrio

Gilmar Dias
As últimas movimentações do diretório nacional do PMDB para definir o processo de escolha do candidato à Presidência da República foram recebidas com desconfiança por peemedebistas de Bauru.

O presidente da executiva nacional do partido, deputado federal Michel Temer, e seu grupo político estão se articulando para restringir o número de votantes na convenção que indicará o candidato da legenda.

No discurso que fez logo após ser indicado para a presidência peemedebista, Temer garantiu que essa consulta, agendada para janeiro próximo, atingiria todas as instâncias do partido.

Cerca de 100 mil filiados teriam direito a voto. A conversa, no entanto, mudou nesta semana, quando Temer anunciou a proposta de restringir a consulta a cerca de quatro mil peemedebistas, contingente que colocaria em risco a vontade da maioria dos filiados, favoráveis à candidatura própria ao Palácio do Planalto. O conselho nacional do PMDB decide a questão na segunda quinzena de dezembro.

A desconfiança das bases em relação a Temer - um governista convicto - aumentaram. Especula-se sobre uma manobra que, ao final, poderá viabilizar uma aliança entre o PMDB e o PSDB, vista com simpatia pelo grupo político do presidente nacional da legenda.

Além do próprio Michel Temer, já anunciaram que são presidenciáveis o governador do Estado de Minas Gerais, Itamar Franco - que dá mostras de enfraquecimento -, e o senador gaúcho Pedro Simon.


Falta de sensibilidade


Para o presidente da executiva municipal do PMDB, Alex Gasparini, falta sensibilidade a Michel Temer. “O Michel não tem a sensibilidade necessária para ouvir as bases do partido. Talvez tenha medo de não atender aos interesses do governo”, avaliou.

Ele disse que a grande maioria da militância quer participar da escolha do candidato à Presidência da República. “A representação é maior. O próprio Michel já havia declarado que faria a escolha com a participação de toda a militância.”

Gasparini explicou que o processo vai expor o partido de uma maneira positiva e democrática à opinião pública. “Já a participação de um pequeno número de votantes facilita a manipulação”, alertou.

Ele prevê um futuro sombrio para o partido se a cúpula do PMDB decidir que não haverá candidatura própria ao Palácio do Planalto. “Essa é uma hipótese remota. Mas se isso ocorrer, o PMDB estará com seu destino fadado. O partido será colocado à margem do processo democrático histórico do País. Estamos nos mobilizando para que isso não aconteça.”


Situação difícil


O vereador Rodrigo Agostinho - único representante do PMDB na Câmara Municipal - analisa que o partido se encontra em situação difícil. Ele acredita que se os peemedebistas não lançarem candidatura própria à Presidência da República, a legenda vai se enfraquecer ainda mais.

“A situação do PMDB no Estado de São Paulo não é boa. E no Brasil quem elege o presidente da República são os paulistas, que formam o maior colégio eleitoral”, opinou. O vereador é defensor da candidatura do senador Pedro Simon (PMDB-RS).

“Não sei se ele terá um discurso para transformá-lo num candidato à Presidência da República, mas ninguém pode discutir sobre sua honestidade e caráter”, elogiou. Agostinho prevê que o partido está mais perto de ser dominado pelo grupo político de Michel Temer. “Se isso ocorrer, a parceria com o PSDB será inevitável.”


“Hino de morte”

O ex-presidente da executiva municipal do PMDB, Fernando Monti, desenha um quadro nada positivo para o futuro do partido. Embora as bases da legenda sinalizem o desejo de uma candidatura própria ao Palácio do Planalto, Monti diz que é clara a manobra política para se tentar levar o partido junto ao PSDB.

“Eu não compartilho dessa situação. O PMDB tem que oferecer uma alternativa à sociedade brasileira. Mas, infelizmente, o partido não tem unidade em nível nacional, estadual e muito menos local. É uma situação difícil que pode, inclusive, ser o hino de morte.” Monti afirmou que a cúpula não trabalha de maneira firme na construção de uma unidade partidária.




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