Segundo a polícia, rapaz participou de um assalto, trocou tiros e se machucou quando tentou pegar carona em caminhão.
Dois Córregos - A morte de Ivanildo Nunes Pereira, 20 anos, acusado de ter assaltado um posto de combustível, anteontem à noite, em Dois Córregos, ainda não foi totalmente esclarecida. Ele morreu cerca de três horas após ter sido preso por policiais civis e militares às margens da rodovia SP-304.
Além do assalto, Pereira foi acusado ainda de balear o delegado Edmilson Bataier, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jaú. O delegado foi levado à Santa Casa de Dois Córregos e continuava internado até o começo da noite de ontem. Segundo informações do hospital, ele passa bem e deve ser liberado em pouco tempo.
Sem o resultado oficial do laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) de Jaú, até ontem ainda não era possível saber o que, exatamente, causou a morte do acusado. Extra-oficialmente, Pereira teria morrido em decorrência de uma hemorragia interna, causada por um traumatismo abdominal.
Pereira, junto com outras quatro pessoas, teria participado de um assalto, por volta das 22 horas de anteontem, ao posto de combustível do Cantador, no centro de Dois Córregos.
Armados com revólveres calibre 38, eles teriam abordado o frentista José Carlos Amorim de Souza, 33 anos, e roubado cerca de R$ 40 em dinheiro, fugindo em seguida.
A polícia foi acionada e o primeiro a ser encontrado foi Willer Sampaio Malini, 24 anos. Ele estava em uma Parati, placas CIE 7320, de Bauru. Depois de prendê-lo, a polícia usou a própria Parati como ‘isca’ para atrair os assaltantes e a iniciativa foi parcialmente bem-sucedida.
De início, os policiais, entre eles o delegado Bataier, localizaram mais dois acusados. Paulo Sérgio da Rocha, 19 anos, e Reinaldo Aparecido Pereira Campos, 28 anos, foram presos enquanto andavam pela estrada que dá acesso à rodovia SP-304, que liga Dois Córregos a Jaú.
Ao serem presos, os dois teriam denunciado a participação de Luís Gustavo Missaglia, 27 anos, como mentor do assalto. Essa informação não despertaria tanta estranheza se o acusado não fosse filho de um dos proprietários do posto que foi assaltado. Segundo explicação da polícia local, o posto pertencia ao avô de Luís Gustavo. Quando este morreu, o posto passou a ser administrado pelos filhos e a mãe de Luís Gustavo seria uma das herdeiras. O suposto mentor foi detido em casa, segundo a polícia.
Malini e Rocha são moradores de Bauru. Campos é de Igaraçu do Tietê e Pereira, que baleou o delegado e morreu ontem de manhã, seria de Bauru também , de acordo com informações da polícia.
Os quatro acusados que sobreviveram foram levados à cadeia pública de Jaú, onde aguardam decisão da Justiça. Eles foram indiciados por roubo e formação de quadrilha. Caso sejam condenados, podem pegar de cinco a 19 anos de prisão pelos dois crimes.
Tiro na coxa
Dois Córregos - O delegado Edmilson Bataier, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jaú recebeu um tiro na coxa esquerda ao tentar deter Ivanildo Nunes Pereira, 20 anos, acusado de ter participado do assalto ao posto de combustível, em Dois Córregos, anteontem à noite.
Como morador da cidade, Bataier estava auxiliando os policiais locais na busca aos acusados. Ele estava na Parati, usada pelos assaltantes e apreendida mais tarde.
Ao ver o veículo, Pereira teria se aproximado pensando ser um de seus colegas. Mas quando percebeu que os ocupantes eram policiais, disparou contra eles e atingiu a perna do delegado, que estava acompanhado por dois investigadores. O disparo foi feito de um revólver calibre 38, segundo a polícia.
Tiros também foram disparados contra o acusado, que saiu ileso, correndo em direção a um canavial.
Bataier foi levado à Santa Casa de Dois Córregos, onde passou por cirurgia e, até ontem à noite, seu estado clínica era considerado bom.
Perseguição durou toda madrugada
Dois Córregos - A perseguição a Ivanildo Nunes Pereira, 20 anos, o último a ser preso, varou a madrugada de ontem e só terminou por volta das 7 horas, quando foi encontrado sozinho às margens da rodovia SP-304, que liga Dois Córregos a Jaú.
Segundo os policiais, ele estava sentado no acostamento, próximo ao trevo de acesso a Mineiros do Tietê, e não teria reagido ao ser abordado.
De acordo com o relato do sargento Marchesini, que estava com os policiais que encontraram o acusado, Pereira aparentemente não apresentava ferimento. Ele disse que não havia mancha de sangue no corpo ou na roupa do acusado. “Ele (o acusado) não estava bem, não conseguia levantar.” Segundo o sargento, Pereira teria contado à polícia que tentou fugir agarrado a uma carroceria de caminhão, mas caiu e teria se ferido na queda. Ele foi levado à delegacia, onde teria sido reconhecido pelo frentista do posto como sendo o assaltante que teria lhe apontado uma arma contra a cabeça, durante o assalto.
De acordo com o sargento, na delegacia Pereira começou a passar mal. “Ele espumava pela boca”, relatou Marchesini. O acusado foi levado à Santa Casa e morreu pouco depois. O médico Davi César Cincotto, que atendeu Pereira, foi procurado pela reportagem mas não foi localizado para comentar a morte do paciente. O corpo foi encaminhado ao IML de Jaú e, segundo informações extra-oficiais, a causa da morte de Pereira teria sido uma hemorragia interna, provocada por um traumatismo abdominal.
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