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Carcereiro é afastado após fugas

Carcereiro é afastado após fugas

Rita de C. Cornélio
Fernando Cesar Rodrigues, acusado de colaborar com a quadrilha que resgatou presos no Cadeião, está preso.


O maior resgate de presos da história de Bauru, que culminou com a fuga de 89 pessoas da Cadeia Pública, o Cadeião, na madrugada de domingo, pode ter sido uma farsa, uma ação montada com a ajuda de um funcionário da unidade prisional. O carcereiro Fernando César Rodrigues, que há três anos trabalha no Cadeião, está sendo acusado por um ex-presidiário de ter recebido R$ 15 mil para ajudar na fuga dos presos. Diante da suspeita, a Polícia Civil determinou a prisão temporária de Rodrigues, que nega que tenha ajudado no resgate.

A possibilidade do carcereiro do Cadeião ter ajudado no resgate veio à tona com um bilhete encontrado por uma equipe de investigações da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Bauru com um preso resgatado que foi recapturado. O bilhete que levou a polícia a suspeitar da participação do carcereiro estava com Reginaldo dos Santos e com Devair Dias, acusado de ser um dos homens que fez o resgate.

O bilhete, que continha apenas o nome e endereço de uma pessoa que recentemente saiu do Cadeião, levou à DIG a descobrir o local onde a quadrilha teria ficado abrigada no final de semana para resgatar Reginaldo José dos Santos. O ex-detento, morador da casa cujo endereço está no bilhete e que teve seu nome preservado pela polícia, se apresentou na delegacia.

Pela versão apresentada pelo ex-detento, o carcereiro Fernando César Rodrigues teria recebido R$ 15 mil para facilitar a fuga de Reginaldo José dos Santos, que estava preso no Cadeião e é acusado de ser o chefe de uma quadrilha de São Paulo. O ex-detento contou, ainda, que os primeiros contatos com Santos foram feitos no interior da cadeia, durante sua passagem por lá.

Reginaldo Santos teria antecipado a ele o plano de resgate, que contaria com a participação do carcereiro. No final de semana, cinco homens, ocupando três carros - um Apolo, um Uno e um Twingo - vieram para Bauru para fazer o resgate. Todos teriam ficado na casa dele, fato comprovado através de testemunhas que viram a movimentação na casa do ex-detento.

Na versão apresentada pelo ex-detento à polícia, por volta da meia-noite, Fernando Rodrigues, de seu telefone celular, teria ligado para o celular de um dos integrantes da quadrilha para avisar que eles poderiam ir para o Cadeião e fazer o resgate. O carcereiro teria contado aos autores do resgate que seu colega de trabalho, o agente policial de plantão, estava dormindo.

Na versão apresentada pelo agente policial, ele estava em uma sala e, quando lia jornal, ouviu um barulho. Ao aproximar-se do portão de entrada, teria encontrado Rodrigues com um desconhecido que lhe apontava uma arma. O número do celular do carcereiro foi encontrado com um dos integrantes da quadrilha, assim como outros contatos feitos entre eles.




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