"ÓI O TREM!"

Que paradoxo!

Postar-se, diante do monumental prédio da estação ferroviária e, num rápido flashback, voltar no tempo e perceber o estado de abandono em que se encontra...

Olhar para suas paredes esfacelando pelo tempo, como um choro de alerta, agonizante...

Ver suas dependências, servindo de abrigo para marginais, viciados, mendigos...

Difícil entender como um patrimônio, uma memória da existência da própria cidade, pode ser subjugada por alienígenas que desconhecem o valor da história e, ao bel prazer, acabam com tudo, promovendo um verdadeiro desmanche de toda uma história...

Pelo apito de suas locomotivas, muitos chegaram, outros partiram, mais, pelo aço de seus trilhos, o progresso chegou e a cidade cresceu, 300 mil habitantes...

E hoje, 300 mil habitantes não acordaram, talvez, pela falta do apito das locomotivas, para tristes realidades, que é perder o trem da história! Ói o trem! (Rui Miguel Tripoli - RG 8.973.822)