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O TERROR QUE DESEMPREGA NO BRASIL

O TERROR QUE DESEMPREGA NO BRASIL

Rafael Moia Filho
O setor de aviação civil que já atravessava uma de suas piores crises, com risco de falência de suas maiores empresas, vê sua situação financeira agravada com os fatos ocorridos nos EUA. A demissão de aproximadamente 1.800 empregados da Embraer em São José dos Campos, 270 empregados da Neiva em Botucatu, bem como a possível demissão de empregados das principais empresas aéreas brasileiras pode piorar ainda mais a situação da frágil economia brasileira. O aumento no índice de desemprego é uma constante nos últimos sete anos. Os empresários do setor aéreo pegam carona no terror para provocar mais pânico nos trabalhadores daquele setor. Nas épocas de vacas gordas os mesmos empregados são esquecidos num canto qualquer do organograma dessas empresas. Entretanto, no momento de crise os empresários não buscam alternativas sem antes demitir o elo mais fraco da corrente. Em seguida tomam o caminho de Brasília para buscar benesses junto ao governo federal. Apesar de administrarem de forma caótica suas empresas, ainda recebem perdão para suas dívidas, e verbas para prosseguirem em suas caminhadas imorais. Enquanto isso, os trabalhadores mais uma vez são sacrificados de forma vil e cruel. Ficam alijados do mercado de trabalho e viram apenas números estatísticos na economia brasileira. Passo a passo todos os setores produtivos brasileiros vão enfrentado seu terror particular, e cada um a seu modo vai provocando o maior desemprego do País desde a era da industrialização. Aos banqueiros o Proer, aos bancários o subemprego e a miséria. Aos usineiros o perdão das dívidas, aos canavieiros o regime de semiescravidão. Aos empresários do setor aéreo, a majoração das passagens , aos aeroviários o drama do desemprego. Em junho, a Varig devia US$ 1,3 bilhão. Problema da sua diretoria, que resolveu tomar esse dinheiro emprestado, e dos bancos que resolveram emprestá-lo. Agora a Varig e a TAM aumentam suas tarifas em 3 % e jogam nas costas dos passageiros a fatura pelos seus desatinos administrativos. Com certeza, os atos de terrorismo já estão trazendo sérios problemas para a aviação comercial internacional, mas aqui no Brasil a falta de planejamento aliada à total ausência de visão dos nossos empresários, acaba colocando em risco milhares de empregos. A omissão do governo é acintosa e deixa a todos perplexos na medida em que não existe nenhuma discussão para sanar os problemas antes que o mal se torne irremediável. Contrariando as propagandas oficiais da Infraero, nossos aeroportos estão com problemas graves de infra-estrutura, o que compromete ainda mais o incentivo ao turismo, bem como a adoção de medidas que pudessem incentivar o uso desse importante meio de transporte. Na Suíça, a empresa aérea Swissair quebrou e pediu concordata, como primeiro reflexo tivemos a demissão de seu diretor presidente. A empresa suíça não pediu dinheiro ao governo, ficando para os bancos credores a preocupação de tirá-la da falência. No primeiro mundo é assim, aqui na terra de ninguém a Varig já demitiu 1.800 empregados, aumentou suas passagens e vai buscar no BNDES dinheiro público emprestado. Isso não é capitalismo, e sim um engenhoso cartel aeronáutico falido e sustentado pelo dinheiro da viúva. (Rafael Moia Filho)




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