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Fazendeiro se diz inseguro no campo

Fazendeiro se diz inseguro no campo

Adilson Camargo
Depois de ter gado furtado e casa assaltada, proprietário não vê diferença entre a vida no campo e na cidade

Agudos - Hoje, a vida no campo não é mais sinônimo de tranqüilidade como o foi alguns anos atrás. Esse é o conceito que moradores da zona rural estão fazendo da realidade vivida atualmente nas fazendas da região. “Eu me sinto totalmente desprovido de segurança, vivendo hoje aqui na fazenda”, declarou M., um proprietário rural que pediu para não ter o nome revelado, evidenciando o clima de intranqüilidade que toma conta da população rural. Ele se justificou dizendo que em outras ocasiões, denúncias foram feitas, por fazendeiros da região, a respeito dos furtos que estariam sendo cometidos e receberam em troca represálias, de pessoas que teriam se sentido atingidas.

A fazenda fica na estrada velha que liga Agudos a Bauru e possui cerca de 150 cabeças de gado. Há um ano, mais ou menos, M. contou que algumas pessoas entraram em sua propriedade, mataram um bezerro e levaram a carne do animal em uma carroça da fazenda, que também foi roubada, junto com o cavalo que a conduzia..

Apesar desse furto, ele disse não ter muito problema com desaparecimento de animais em seu pasto, mas já soube de vários casos. Alguns deles envolvendo amigos fazendeiros, de quem teria ouvido os relatos e chegado à conclusão de que “a polícia não faz nada, não toma atitude nenhuma” para coibir os crimes. “Parece que a polícia tem medo ou não quer pegar (os ladrões). A impressão que fica é essa”, disse. Ele afirmou que os fazendeiros sabem quem são os autores do furto, mas a polícia não estaria agindo por falta de provas. M. revelou também que a casa da fazenda já foi assaltada. Para quem saiu da cidade de São Paulo para o campo, em busca de tranqüilidade, essa nova realidade não deixa de ser decepcionante. Mas M. não culpa os policiais de todos os males. “Às vezes, a polícia não tem contingente. Envolve uma série de coisas. Criticar é fácil, difícil é executar o serviço sem instrumentos adequados para isso”, ponderou.

O administrador da fazenda Palmeiras, em Avaí, Luís Carlos Teodoro da Silva, 46 anos, também chegou à conclusão de que a vida no campo tornou-se igual à vida na cidade. “Não temos mais segurança em lugar nenhum”, reclamou. Silva vive na zona rural há 27 anos e conta que “antigamente era mais sossegado”.

A fazenda onde trabalha, por ser afastada cerca de 22 quilômetros da cidade, não apresenta tanto problemas com furtos. Na opinião dele, quanto mais próximo da cidade, mais risco corre a propriedade de ser assaltada. Ele chegou a essa conclusão ao comparar os riscos que corria em Lins, numa fazenda perto da cidade, e o risco que corre hoje. Enquanto na fazenda Palmeiras assalto é uma palavra pouco pronunciada, em Lins, a propriedade chegou a ser invadida várias vezes. Silva disse que já viu a polícia nas proximidades da fazenda, realizando a patrulha rural.




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