O número de atendimentos da agência da Previdência de Bauru caiu 76,34%. Mais de 2,3 mil processos estão parados
A suspensão de análises de benefícios dos segurados do INSS em razão da greve representa uma queda no atendimento de 76,34% só no mês de setembro. A gerente executiva do órgão em Bauru, Maria Lúcia Custódio Alves Pfeifer, informou, ontem, que estão parados 2.302 documentos remetidos via Correios ou Internet, desde o início da greve, há 70 dias. O agravante da paralisação é que, além das solicitações de benefícios, estão prejudicados os pedidos de revisão e recursos. O trabalho requer um esforço tamanho que a gerente executiva do INSS evitou prever quando a situação estará em ordem, após término da greve. Esse volume de trabalho foi captado nas agências de Bauru, Botucatu, Avaré, Santa Cruz do Rio Pardo e Jaú, cidades que compreendem a regional.
O colapso poderia tomar conta do processo de concessão de benefícios na região não fosse a manutenção mínima das análises de pedidos. “Temos um contingente de funcionários que está interno, mas é muito pouco. Aquilo que dá para ser analisado, está sendo visto”, admitiu Maria Lúcia, em razão das limitações impostas pela suspensão dos trabalhos.
“Fura greve”
O único benefício que “furou a greve” é o salário maternidade por ser concedido por uma agência virtual. “Se não tem nenhuma restrição, automaticamente o benefício dessas pessoas é concedido”, salientou Maria Lúcia. Ela considerou que a clientela “realmente está sendo bem prejudicada”, o que gera um acúmulo de reclamações. “Mesmo com o atendimento via Internet”, destacou. Entretanto, afirmou que os grevistas estão fazendo uma paralisação mais organizada. “No caso de pagamento bloqueado, até por telefone a gente está desbloqueando. Ou questões nas filas (formadas nas unidades), o servidor entra e resolve.”
A única agência do órgão federal na região que não está com as atividades interrompidas é a da cidade de Lençóis Paulista, que conta com a maioria dos servidores cedidos pela Prefeitura.
Bauru continua atendendo os exames periciais dos segurados que já estavam afastados do trabalho por motivo de auxílio doença. Porém, a agência local não está atendendo novos casos dessa modalidade de benefício.
Pós-greve
Com o fim da greve, revelou Maria Lúcia, o horário de atendimento ao público nas agências do INSS será diminuído em uma hora, em regime emergencial, para que os servidores possam dar vazão ao trabalho acumulado durante a greve no menor espaço de tempo. Conforme a gerente executiva do INSS, o órgão federal atende ao público das 8 horas às 15h30, passando a atender temporariamente no período das 8 às 14 horas. A mudança de horário está avalizada, segundo informou Maria Lúcia, por uma instrução normativa que autoriza os gerentes a atender num período mínimo - das 8 às 14 horas. Quem já estiver nas agências após o fechamento será atendido. Com o término do atendimento aos segurados, se priorizará o volume de trabalho parado.
Ela adiantou que, com o final da greve, está prevista a entrada em funcionamento da nova agência em Bauru. A inauguração não será imediata em razão do volume de trabalho, que inviabiliza o treinamento dos funcionários no padrão determinado para o novo posto, localizado na rua Azarias Leite. Ela garantiu que deve melhorar a qualidade dos serviços com a inauguração. “A agência já está montada e o atendimento será integrado”, informou.
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