A MELHOR VINGANÇA: MOCINHO CONTRA BANDIDO

Entre as muitas cenas chocantes, que me fizeram arrepiar, chorar e me indignar, ficou aquela dos meninos que batiam palmas, riam e festejavam as desgraças acontecidas na capital do mundo financeiro, Nova York e na capital política do país considerado o maior, mais rico, mais forte, mais poderoso e mais seguro do mundo.

Depois de muita reflexão, de ouvir muitos entendidos em política e finanças mundiais, chego à conclusão de que a maior e melhor vingança que os Estados Unidos poderiam exercer contra os que atacaram a sua hegemonia, seria a de se transformarem em solidários e colaboradores de todos esses países cuja pobreza total, leva seus jovens sem esperanças a não terem nada a perder, a ponto de preferirem a morte a ter de viver na miséria, na fome, na carência total de tudo, sem ética, sem moral, sem dignidade.

Se os Estados Unidos usassem toda essa fortuna que teria de arrecadar para levar avante uma guerra, para ajudar esses países carentes, abrindo linhas de crédito para pequenas empresas, para fertilização de suas terras cansadas visando um surto de progresso agrícola, para lhes matar a fome, essa sim seria uma bela vingança, porque os verdadeiros bandidos, que incutem na cobecinha inexperiente daqueles meninos que quando crescerem terão de lutar contra o bandido que são os Estados Unidos, ficariam sem argumento para implantar seu terrorismo.

O mito do herói, do mocinho contra o bandido que até mesmo os Estados Unidos sempre apresentaram ao mundo em seus filmes, não serviria mais para armar braços terroristas com o argumento de que eles seriam justiceiros lutando contra a opressão.

Perdoem ou pelo menos amenizem as dívidas dos países mais pobres, ajudem os países miseráveis que não têm como oferecer condições aceitável de vida aos seus pobres, façam com que os banqueiros do mundo não sejam o grande carrasco opressor que suga a todos e se tornam cada vez mais ricos (por isso que o símbolo deles é que foi o primeiro alvo) e aí então estarão desarmados todos os terroristas.

O mundo já está cansado de ser oprimido por dívidas dos pobres aos mais ricos, dívidas que não conseguem pagar nunca porque cada vez aumenta mais, sem que ao menos se saiba direito como, pelo poderio dos que mandam e nos obrigam a ficar em filas sem fim, só obedecendo e fazendo o que ordenam os donos do mundo.

(*) Isolina Bresolin Vianna - Associação Paulista de Imprensa, Reg. 1333