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Depois de um rigoroso exame, pilotos brasileiros puderam fazer exercícios no porta-aviões nuclear norte-americano Nimitz, que está próximo à costa do RJ. O Nimitz é 3 vezes maior que o "São Paulo".

Depois de um rigoroso exame, pilotos brasileiros puderam fazer exercícios no porta-aviões nuclear norte-americano Nimitz, que está próximo à costa do RJ. O Nimitz é 3 vezes maior que o "São Paulo".

Agências Folha e Estado
Na costa carioca, Marinhas do Brasil e EUA fazem exercícios no Nimitz, embarcação 3 vezes maior que o brasileiro “São Paulo”.

Rio de Janeiro - Depois de quase ter sido cancelada por razões de segurança, começou ontem a série de exercícios conjuntos entre as Marinhas do Brasil e dos Estados Unidos, no porta-aviões nuclear norte-americano Nimitz, que está próximo à costa do Rio de Janeiro. Mas os pilotos brasileiros tiveram de submeter seus currículos a um amplo exame para serem aceitos na embarcação estrangeira.

"Pediram muitos detalhes sobre a formação dos nossos pilotos, quem eles eram, como tinham aprendido a pilotar. Depois, tiveram de assistir a um briefing ontem (anteontem) para poderem participar das atividades de hoje (ontem)", disse o capitão de fragata Renato Regino Wall, da Marinha brasileira, que está a bordo do Nimitz desde 21 de setembro, quando a embarcação saiu de Norlfok, na costa Leste dos EUA.

A razão da checagem extra sobre os pilotos brasileiros é que os norte-americanos temem algum ataque surpresa como os que ocorreram em 11 de setembro. Como os exercícios de ontem eram de toque e arremetida - quando o avião apenas toca no convés e volta a subir -, era necessário que os profissionais fossem de total confiança.

Um ataque de um avião com um piloto suicida poderia causar uma tragédia. O Nimitz tem 333 metros de comprimento, é um dos maiores porta-aviões do mundo e está com uma tripulação de 3,8 mil pessoas. Usa dois reatores nucleares para iluminar e impulsionar a embarcação.

O Nimitz é uma cidade militar flutuante de quase 100 mil toneladas - o São Paulo, maior porta-aviões brasileiro, tem 33 mil toneladas -, com capacidade para levar 6 mil pessoas, o dobro do efetivo atual.

O comandante do Grupo de Batalha do Nimitz, o contra-almirante David Stone, alimentou um pouco o clima de desconfiança que parece reinar entre os militares norte-americanos. Sobre a posição exata do porta-aviões, Stone disse: "Não vou falar por questões de segurança". O segredo do comandante durou pouco mais de uma hora. Na torre de comando do Nimitz, um oficial de escalão intermediário disse à reportagem, depois de checar um computador: "Estamos a 44 milhas náuticas da costa". Essa distância equivale a 81,5 km.

O Nimitz está navegando em círculos na altura de Cabo Frio, cidade litorânea que fica a 154 km do Rio. Ontem, jornalistas foram convidados a visitar a embarcação. Um avião da Marinha dos EUA fez o transporte, saindo às 10h30 da base aérea do Galeão. O Nimitz está a caminho de San Diego (costa oeste dos EUA). Por ser muito grande, o porta-aviões não passa no canal do Panamá. Por isso, dá uma volta completa na América Latina. As autoridades norte-americanas dizem que a viagem não tem relação com a possível reação militar contra os responsáveis pelos atentados do último dia 11. Só dois aviões Skyhawks da Marinha do Brasil participaram dos exercícios de ontem. Hoje e amanhã, novas práticas serão realizadas, com mais aviões, helicópteros e um submarino.

O contra-almirante da Marinha brasileira, Martins Torres, disse que o exercício de ontem foi "um fato marcante para a aviação naval brasileira". "É a primeira vez que estamos operando em um porta-aviões estrangeiro, uma oportunidade valiosa para nossos militares".

Segundo ele, atualmente há nove pilotos qualificados no País para operar em porta-aviões como o Nimitz. "Nossa meta é ter um esquadrão operativo de 26 pilotos até 2004."




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