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27/09/01 00:00 -

Clima: inimigo ou amigo do pescador?

Clima: inimigo ou amigo do pescador?

Redação
Pesca e Lazer traz uma matéria que trata das condições climáticas, um dos itens fundamentais do sucesso ou fracasso da pescaria. É bom acompanhar as principais dicas, para estar sempre em dia com estes detalhes e aproveitar ao máximo as condições que a natureza oferece.

É bastante comum, na época do término de uma estação e proximidades do início de outra, algumas indefinições no tempo, que são acentuadas ainda mais pelas condições em que o mundo está se transformando com a poluição, o desmatamento, o assoreamento de rios, o represamento das águas, etc. Tudo isto é acompanhado, em alguns períodos de tempo, por maior ou menor precipitação de chuvas, o que acaba por agravar ainda mais estes sintomas, dos quais o mais visível no momento é o baixo nível das águas das represas.

Como nas águas existem peixes, não é estranho que o pescador, ao visitar o seu rio preferido, também sofra no resultado de sua pesca as influências que atingem os continentes como um todo. É esperado portanto que, num único dia, ao chegar bem cedo no pesqueiro, encontre um céu aberto, sem vento, situação que modifica-se bastante em algumas horas com uma ventania absurda, que sopra inclusive em todas as direções, além da entrada de uma frente que gela a água, e o resultado da pesca é nulo, porque tudo o que acontece fora reflete e muito dentro d’água.

Quem pesca sabe que o resultado positivo num dia pode ser totalmente diferente no dia seguinte, pois embora o rio seja o mesmo, o local idem e o equipamento também, na atmosfera ocorreram modificações nem sempre visíveis e que acabam por mudar totalmente o resultado final. É claro que o inverso também acontece, ou seja, nada se pega no primeiro dia de pescaria e nos seguintes há fartura e profusão de fisgadas. Tudo é decorrência de modificações que infelizmente, nas últimas décadas, são cada vez mais freqüentes.

Dentro do imprevisível, o pescador deve estar preparado para conhecer alguns sinais que a natureza ainda oferece, pois a sua observação e interpretação vão significar um maior acerto, reduzindo assim as chances de uma viagem perdida.

Um dos detalhes fundamentais que deve ser observado por quem pretende pescar chama-se pressão atmosférica. É por meio de suas oscilações que ficamos sabendo se haverá maior ou menor chance de uma boa pescaria. Quem dispuser de um barômetro bem calibrado terá a tarefa facilitada, pois através de sua leitura é possível detectar para que lado o tempo caminha. Com sua medida estável em área de pressão alta, podemos arriscar a pescaria com grande possibilidade de sucesso. Lembre-se que a água recebe em sua superfície os efeitos desta pressão e com ela estável em alta significa pouca influência nos cardumes e, por conseqüência, estarão ativos e atacarão as iscas com vontade.

Se uma frente fria estiver entrando no continente ou região, o ponteiro do barômetro começará a cair, denunciando assim a baixa na pressão atmosférica. Isto ocorrendo, significa que a pescaria está prejudicada porque com a pressão atmosférica baixando, os cardumes se retraem, não se movimentam e diminuem muito as suas ações. Para recuperar-se, a pressão atmosférica necessita de alguns dias, normalmente três ou quatro, quando voltará a subir, salvo a chegada de nova frente fria.

Quem não possui um barômetro confiável, infelizmente estará mais propenso ao fracasso de uma viagem perdida, embora possa usar a experiência adquirida para tentar levantar, no local de pesca, as condições que vai enfrentar naquele dia. Um dos recursos que sempre ajuda é o de lançar no rio um punhado de farelo de arroz seco. O farelo será levado pela água rio abaixo e o pescador deve observar se nele “baterão” alguns peixes, como os lambaris, por exemplo. Se for o caso, o dia promete, pois numa primeira tentativa foi possível constatar a presença destes peixinhos, um dos quais podemos usar como aliados neste teste. Se não houver nenhuma ação ou sinal no farelo, das duas uma: ou o local não tem peixes, ou mais provavelmente estaremos num dia de baixa pressão atmosférica. Se não houve os sinais de ataque, é hora de examinar a temperatura da água. Para fazer isso, recolha uma pequena quantidade e derrame-a no lado interno do antebraço. Se estiver fria, o dia estará perdido. Se estiver com a temperatura igual ou superior à do meio ambiente, vale a pena tentar consertar a situação com um bom trabalho de ceva.

Procure observar de que lado o vento estará soprando. Se for do quadrante Sul e Leste, sinal de que as coisas não estão boas, porque são ventos originários das detestáveis frentes frias e de alterações climáticas no mar. Se for do quadrante Norte ou Oeste, respire mais aliviado, as coisas podem ser arrumadas.

Quem programou a pescaria a semana inteira, deu duro no trabalho e, ao chegar no rio foi surpreendido com chuva, vento gelado ou outro tipo de obstáculo, não deve desanimar nem considerar-se um grande azarado. Infelizmente não é possível controlar o tempo de acordo com a nossa vontade, e quando muito podemos verificar as suas tendências através de aparelhos. A partir de agora, é interessante anexar estas consultas às tralhas tradicionais e, se for o caso, voltar ao rio no meio da semana, quando aquela frente não convidada perdeu a sua força, felizmente.




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