EUA: CAUSA E EFEITO

É óbvio que ninguém pode defender esses atos terroristas. Tudo aquilo assustou o mundo todo. No entanto, sempre devemos levar em conta a antiga teoria de causa e efeito, ou seja, quem procura acaba encontrando, ou melhor, praticar o terrorismo fora de casa, pode terminar trazendo o terrorismo para dentro da própria casa. “A grande tragédia nacional”, como o presidente Bush denomina na TV, nada mais é do que a conseqüência natural da tragédia internacional, provocada e alimentada pela insensibilidade dos EUA em relação ao resto do mundo.

Todos nós sabemos muito bem que, num mundo de 6 bilhões de pessoas, para as pessoas que governam aquele país, o que interessa mesmo e tão-somente são os 300 milhões de americanos. Só velam descaradamente pelos seus interesses. E o resto do mundo que se dane. Julgavam-se eternizados numa espécie de Império Americano, inatingíveis e com uma duração maior que a do Império Romano. Estão constatando que são também vulneráveis. Tirando o aspecto humanitário, que atinge pessoas que nada têm a ver com isso, o que aconteceu foi um fato previsível. Tinha que acontecer de alguma forma. Esquartejaram todas as economias, empobreceram todos os países, condenam à miséria mais de 5 bilhões de pessoas e se “horrorizam com o terror”, quando ele explode dentro de suas próprias muralhas. Os tais dos “responsáveis” estão na própria história dos EUA. Todos nós somos testemunhas do comportamento deles em relação ao resto do mundo. Há 50 anos, que as TVs e o cinema mostram americanos liquidando e massacrando gente nos mais diferentes cantos do Planeta, com suas armas invencíveis. O videogame virou ao contrário. A barbárie me repugna, quando praticada de ambos os lados. (Henrique Perazzi de Aquino - RG: 9.710.205)