Draga prepara córrego para as chuvas

Secretaria Municipal de Obras incrementa desassoreamento do Água do Sobrado, que neste ano vitimou duas pessoas.

Se as chuvas do próximo verão se mantiverem dentro dos padrões pluviométricos normais, a região da avenida Alfredo Maia não deverá registrar enchentes. A previsão é do secretário municipal de Obras, arquiteto Edmilson Queiroz Dias. Parte do leito do córrego Água do Sobrado - que corta a região - está sendo desassoreado por uma draga cedida pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) - órgão do Governo do Estado - à Prefeitura.

Segundo o secretário, o serviço de desassoreamento do Água do Sobrado é permanente há dois anos e é necessário para dar vazão mais rápida às águas das chuvas de verão, época do ano em que o índice pluviométrico é maior. A grande quantidade de areia retirada do leito do córrego está sendo utilizada nas obras de prolongamento da segunda pista da avenida Nuno de Assis.

Dias explica que esse serviço no Água do Sobrado é feito à jussante e à montante da avenida Alfredo Maia. Além de evitar o alagamento na região da avenida, o rebaixamento do leito do córrego também permite que os pátios da Ferrovia Novoeste S.A e da Ferrovia Bandeirantes (Ferroban) não sejam inundados pelas águas das fortes chuvas.

A draga do DAEE também aprofunda o leito do rio Bauru, nas imediações das linhas ferroviárias. “O rebaixamento do leito desses córregos faz com que suas águas ganhem mais velocidade, evitando pontos de alagamentos”, conta o secretário. Ele diz que há um trabalho conjugado com o desassoreamento, que envolve a desobstrução de galerias de captação de águas pluviais.

Dias faz questão de ressaltar que a draga cedida pelo DAEE não tem custo nenhum para a Prefeitura. “E além da draga, temos uma escavadeira e uma esteira do mesmo órgão do Estado que também estão cedidas ao Município a custo zero. Isso permite uma economia de cerca de R$ 35 mil por mês”, contabiliza.


“Dilúvio”


O secretário não acredita que a região será vítima, no próximo verão, da catástrofe registrada no dia 8 de fevereiro deste ano, quando as águas de uma forte chuva concentrada naquele local arrastaram duas pessoas para a morte, uma das quais desaparecida até hoje. A tubulação não deu vazão suficiente para as águas e a região alagou.

“Naquele dia nós tivemos um dilúvio, uma tempestade fora dos padrões normais. Aquela chuva registrou 132 milímetros de água. É uma medição totalmente atípica”, explicou. Dias garante que o serviço de rebaixamento do leito do córrego Água do Sobrado será o suficiente, se não houver imprevistos como o fevereiro último, para suportar as fortes chuvas de verão.

Ele ressalta, no entanto, que a Administração terá que ampliar as sessões das tubulações existentes no local para aumentar a vazão das águas. Hoje, o córrego transpõe a avenida Alfredo Maia com duas sessões. O projeto da Prefeitura visa dobrar a vazão.

Segundo o secretário, também está prevista para a região a construção de um piscinão, na altura do jardim Jussara, que vai conter as águas excedentes das chuvas. “Esse compromisso consta no Termo de Justamento assinado pela Administração com o Ministério Público.”