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09/09/01 00:00 -

Unimed: crise atrasa pagamentos

Unimed: crise atrasa pagamentos

Rose Araujo
A cooperativa enfrentou dificuldades de caixa e teve que atrasar parte do pagamento de médicos e fornecedores de serviços.

A Cooperativa de Trabalhos Médicos (Unimed) enfrentou uma fase complicada financeiramente no último mês. Com mais de R$ 2 milhões a receber de usuários, a empresa teve que atrasar o pagamento aos credenciados e descontar honorários dos cooperados. De acordo com o vice-presidente da cooperativa, Carlos Alberto Giafferi, o problema foi resolvido na última quinta-feira. “Estamos pagando hoje (sexta-feira) todos os nossos fornecedores”, destacou.

A diretoria da Beneficência Portuguesa, que seria um dos principais credenciados da cooperativa, confirmou que não há mais dívidas a receber. No entanto, a situação foi resolvida na base de acordos e negociações.

Giafferi explicou que houve um atraso de dinheiro em caixa. Com isso, foi preciso dividir o pagamento. Setenta por cento das faturas teriam sido pagos em dia (a data do vencimento é o último dia útil de cada mês). O restante, foi acertado quinta-feira.

A dificuldade financeira, de acordo com o vice-presidente da Cooperativa, teria ocorrido devido ao aumento do grau de utilização dos serviços. Dessa forma, a reserva de caixa da entidade não foi suficiente para pagar todas as faturas. “O grau de utilização ficou acima de 95% no mês passado”, disse.

Também contribuiu para esse quadro o fato da Prefeitura ter dividido em dois pagamentos a dívida do Serviço de Previdência do Municipiário (Seprem). Giafferi disse, sem citar números, que a Administração Municipal quitou uma parte do valor devido e que, o restante, deverá ser pago nos próximos dias. O secretário de Economia e Finanças do município, Raul Gomes Duarte Neto, foi procurado para falar sobre o assunto, mas não foi localizado até as 21 horas de quinta-feira.

Um médico cooperado à Unimed, que não quis ter o nome divulgado, salientou que os gastos da entidade com encargos hospitalares são muito altos. Isso estaria dificultando o bom andamento do caixa. “A Unimed de Bauru tem um gasto enorme com a Beneficência Portuguesa, por ser um hospital localizado na área central. O (hospital) da Unimed fica longe e a população dificilmente o procura”, disse o médico.

Ele destacou ainda que a cooperativa tem mais de R$ 1,5 milhão para receber da Unimed de São Paulo, que está em sérias dificuldades financeiras.

Também contou que os médicos cooperados receberam seus honorários com desconto no último mês. Isso, segundo ele explicou, foi para que a Cooperativa equilibrasse o seu caixa, dando conta de quitar os seus fornecedores. “Esse mês os médicos receberam com desconto de 10% a 15%. Mas, isso deverá ser acertado em breve”, salientou.

O oftalmologista Marco Busch, cooperado da Unimed, disse que a entidade está deixando todos os médicos ligados à ela conscientes do problema da falta de recursos. “A situação está difícil, mas não há nenhum princípio de insolvência”, explicou.

De acordo com ele, a Lei n.º 9656, aprovada pelo Governo Federal, obriga as empresas de saúde a ampliar seu atendimento aos usuários, incluindo doentes com casos gravíssimos, o que custa uma “fortuna” para os planos de saúde. “As empresas não têm como repassar isso aos usuários e acabam arcando com as despesas”, afirmou.




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