Você cuida corretamente dos seus pés?

Sempre fechados em calçados, muitas vezes pouco confortáveis para eles, os pés precisam de vários cuidados especiais para não adquirirem problemas como calos, micoses e o mais comum e doloroso de todos, unhas encravadas. Infelizmente, nem todas as pessoas dedicam a essas importantes partes do corpo - que aliás os sustentam - uma atenção especial. O resultado são incômodos com dores, coceiras e a vergonha de mostrá-los em público, o que para a mulher, que tem sempre tantas opções de sandálias para usar a cada estação, é terrível.

Segundo a podóloga Ângela Peral, os pés precisam de cuidados assim como todas as partes do corpo. Como são sua especialidade, ela cuida dos pés desde bebês até de idosos, passando por mulheres grávidas e pessoas com diabetes. “Cada um precisa de um cuidado específico”, diz. O corte das unhas é sempre o item principal. No caso dos bebês, por exemplo, muitos nascem com unhas encravadas ou inflamadas devido a posição na qual ficaram no ventre da mãe e precisam que elas sejam corrigidas antes que comecem a ficar pior. Os diabéticos precisam de muito cuidado com o corte por causa da dificuldade de cicatrização de possíveis ferimentos, as grávidas sofrem com o inchaço dos pés e também precisam de um corte de unha extra-cuidadoso.

No geral, porém, não é difícil manter os pés saudáveis (leia no boxe), mas é preciso, de acordo com a podóloga, resolver não apenas o problema em si, mas o que o causa.

Antes de qualquer coisa os pés precisam de espaço e de ar. O uso de sapatos apertados faz com que os dedos fiquem muito próximos uns dos outros o que prejudica o crescimento das unhas e, em alguns casos, até deforma o pé ou acentua problemas como a popular “joanete”.

O ar é fundamental porque o pé, como outras partes do corpo, precisa respirar e transpirar. Quando fica muito tempo “preso” em calçados que não permitem uma troca constante de ar, além do mau cheiro, o pé se torna mais vulnerável ao ataque de bactérias, que se desenvolvem mais rapidamente no calor e na unidade.

Micoses

O aparecimento de micoses é mais comum no verão com o aumento do calor e da sudorese (transpiração) nos pés, que também é chamada de frieira ou pé de atleta, é um tipo de infecção causada pela presença de fungos nos pés, que decompõem a queratina, substância presente na unha e na pele. O resultado são a descamação da pele, presença de áreas avermelhadas, bolinhas de água e coceira. Se não tratada a micose pode evoluir e atingir várias áreas dos pés e também as unhas, provocando até sua queda.

Existem medicamentos dermatológicos que podem resolver esse problema mas ele vai voltar se a pessoa não deixar os pés mais livres para respirar. “É importante não usar meias de material sintético e preferir as de algodão, secar bem os pés e nunca usar o mesmo sapato mais de dois dias seguidos”, ensina Ângela Peral. A razão é que o calçado também precisa de ar e deve ficar um tempo “respirando”. “O ideal é deixá-los no sol e limpá-los com lisoforme”, explica a podóloga.

Quando atingem as unhas a micose é chamada de onicomicose. Ela é causada por fungos e demanda um tratamento longo, acompanhamento por um profissional. É um problema que nunca se deve tentar resolver em casa ou na pedicure. É comum que a micose surja depois de algum tipo de traumatismo sofrido pelos dedos. O fungo entra pelo ferimento e se aloja. “Esses traumatismos podem acontecer por causa de sapatos muito apertados ou por ferimentos causados por alicates de unha e cortes errados”, diz Ângela Peral.

O correto para que o fungo não se instale é cortar a unha em seu formato original, “reta” e não de forma arredondada, para evitar que os fungos se instalem nas laterais. A podóloga ainda recomenda que um alicate ou tesoura seja usada no corte e não o trim, que “masca” a unha quando corta.

O tratamento das micoses de unha depende do grau da infecção. Se o problema for recente e não tiver alterado a estrutura da unha, pode ser tratado com antifúngicos tópicos como cremes, loções, pomadas , pó e até esmaltes terapêuticos, por períodos que podem durar meses dependendo do tamanho da área afetada. Se o caso for mais grave, é necessário um tratamento via oral, com a ingestão de comprimidos antifúngicos com acompanhamento médico.