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Rua 13 divide opiniões em Agudos

Rua 13 divide opiniões em Agudos

Redação
Agudos - A preservação histórica ou a retirada do prédio da antiga estação Fepasa, para interligar o bairro Professor Simões ao Centro da cidade, através da Rua 13 de Maio, tem sido a questão debatida entre políticos, na mídia, e entre os moradores do Município. Tudo começou quando o prefeito Carlos Octaviani (PMDB), anunciou a intenção de construir uma passagem de nível sobre os trilhos da Fepasa, atual Ferroban, na Rua 13 de Maio, para dar fluxo livre aos veículos e pedestres e proporcionar também a ligação direta entre o referido bairro e o Centro. Acontece que para construir esta passagem de nível será necessário derrubar o prédio da estação que fica exatamente no meio da rua.

O prédio da estação ferroviária está ligado ao passado histórico de Agudos, tendo sido fator determinante na época do povoamento do Município. A cidade cresceu, o tempo passou e há muitos anos a estação foi desativada, assim como o funcionamento da ferrovia que já não mais transporta passageiros e que sofreu uma significativa redução no transporte de cargas. Atualmente, para alguns, a estação significa para a cidade apenas um divisor entre bairro e o Centro, divisão esta que o prefeito Carlos Octaviani vê como prejudicial ao progresso e a facilidade de trânsito de pedestres e veículos. De acordo com o prefeito a ligação entre o bairro Professor Simões e região central é uma reivindicação antiga dos moradores.

A Prefeitura elaborou um projeto de urbanismo que inclui mudanças no trânsito, construção de viadutos, interligação dos bairros, duplicação dos acessos e melhorias gerais de infra-estrutura que inclui reforma de praças e pavimentação das ruas. Dentro deste projeto está incluída a construção de viadutos sobre os trilhos da Ferroban, na Rua José Salmen e no trecho que liga o bairro Santa Terezinha ao Jardim Santa Cândida. Outra medida será construir passagens de nível na Rua Joaquim Rondina e também na Rua 13 de Maio.

Segundo Carlos Octaviani este é um projeto amplo que levará tempo para ser concluído, pois além da autorização da Ferroban para retirar o prédio da estação, a Prefeitura depende de liberação de verbas do Governo e de dotação orçamentária municipal.

Progresso ou preservação histórica

Para alguns, a possibilidade de derrubar o prédio da estação para abertura da rua representa um desrespeito ao passado histórico do Município, já para vários moradores do bairro Professor Simões, a retirada do prédio significa um avanço para a cidade que inclui a facilidade de acesso ao centro, melhoria no fluxo de veículos e pedestres, além da valorização imobiliária. Para dona Lúcia Rondina Benica, 66 anos e seu marido, Antonio Bento Benica, 72 anos, moradores da Rua 13 de Maio, nº 1.211, há 21 anos, a abertura da rua dando acesso direto ao centro vai ser muito bom. Não terão que andar tanto e dar uma volta até a Rua Sete de Setembro, para ir ao banco ou ao supermercado, por exemplo. “Cada vez que tenho que ir ao centro preciso fazer uma volta enorme que me deixa cansada e com dor na perna”, reclama dona Lúcia. O casal declarou ainda que acha mais importante melhorar a vida dos moradores do que conservar um prédio antigo. A mesma opinião tem Elaine Vaz Corrêa, moradora do nº 1230 que acha muito bom ter uma passagem direta para o centro da cidade e que o prédio da estação não vai fazer falta.

O empresário Marco Antonio Cortez Garbino, proprietário de uma oficina, também vê como positiva a abertura da Rua 13 de Maio. “Vai melhorar muito a comunicação com o centro da cidade. Quanto à conservação da estação acho que é preferível modernizar do que ter a rua principal cortada por um prédio antigo. Se fosse um patrimônio histórico que não atrapalhasse o desenvolvimento da cidade, tudo bem”, declara Marco Antonio. A única preocupação dele, da mesma forma que José Carlos Soares é quanto às empresas instaladas na incubadora. A este respeito, o prefeito Carlos Octaviani disse que as empresas não sofrerão nenhum prejuízo e que haverá tempo suficiente para se instalarem num outro local até melhor e com todo respaldo da Prefeitura, além disso não será derrubado todo o barracão da incubadora, mas somente a parte que está no meio da rua.

Os moradores Lázaro Be-Joano e Geni Daláqua são contra a abertura da rua. Segundo eles não vai mudar nada e é melhor conservar o prédio da estação e deixar tudo como está. O presidente da Associação comercial, industrial e Rural de Agudos (Acira), Donizete Benedito da Luz, declarou que no que se refere ao valor histórico da estação é difícil analisar, mas que para o comércio local, a abertura da rua facilitaria um maior acesso e desenvolvimento para o bairro Professor Simões. “Com a vazão do fluxo de veículos pela Rua 13, o comércio tende a crescer”, avalia Donizete. O geógrafo José Carlos Rocha também acredita que a ligação do bairro ao centro é imprescindível para o crescimento econômico da cidade.




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