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Álcool compensa lucro da gasolina, diz ADA

Álcool compensa lucro da gasolina, diz ADA

Paulo Toledo
Galli diz que as distribuidoras ou postos de abastecimento estão trabalhando com uma margem maior de ganho no álcool, para compensar os preços da gasolina e do óleo diesel. Para se ter uma idéia, o litro do álcool anidro, que é misturado à gasolina, é vendido pelos produtores por valor entre R$ 0,62 e R$ 0,64. A esse preço é acrescido 25% de ICMS, transformando-o em R$ 0,775 a R$ 0,80. “Esse mesmo álcool, na bomba para o consumidor, está sendo vendido entre R$ 1,72 e R$ 1,90”, afirmou.

Já o álcool hidratado remunera o produtor com um valor de R$ 0,51. Acrescidos os 25% de ICMS – alíquota do tributo no Estado de São Paulo – esse valor sobe para R$ 0,6375. Porém, a venda na bomba fica, em média, em R$ 1,00, o que gera uma boa margem de lucro. “Os donos de postos revendedores, eu acho, estão compensando a baixa lucratividade na gasolina e no diesel com o álcool”, afirmou, ressaltando acreditar que, principalmente o álcool anidro está subsidiando a gasolina.

O diretor da ADA destacou que o consumo do álcool hidratado vem caindo, em razão da falta de reposição da frota movida pelo combustível alternativo brasileiro. Galli reclama que todos os carros populares, os de maior venda, são fabricados com motores a gasolina.

Recentemente, a GM lançou o Astra a álcool. O setor tem a esperança que outras montadoras sigam o exemplo, mesmo que, também, com o lançamento de carros mais sofisticados como o Astra.

Galli destaca que países como os Estados Unidos estão substituindo o MTBE pelo álcool anidro na mistura da gasolina, o que gera uma condição muito favorável ao Brasil para que se torne um grande exportador desse produto. “Mas, seria interessante que tivéssemos esse produto aqui no País. Não adianta exportar produto para o Primeiro Mundo e ficar sem o produto no mercado interno”, afirmou.

Melhor

Para Galli, a situação dos produtores de açúcar e álcool está bem melhor do que nos anos anteriores, já que houve uma recuperação dos preços, que têm se mantido em bom nível e remunerado o produtor, apesar do aumento do dólar, que afetou as usinas e destilarias, que utilizam vários materiais importados, fazendo com que houvesse um aumento no custo de produção.

O diretor da ADA afirma que o momento favorável está fazendo com que as lavouras de cana-de-açúcar estejam recebendo mais atenção dos plantadores. Além disso, muitos fornecedores da matéria-prima das usinas, que tinham deixado de cultivar, estão retornando à atividade canavieira. “Tanto que estamos trabalhando com uma disponibilidade de matéria-prima da ordem de 10% a 12% maior do que na safra passada. Para próxima safra, a perspectiva também é boa, pois os preços do açúcar e do álcool têm sido remuneradores”, afirmou.

Para Galli, ainda não é possível dizer que o setor está tranqüilo, pois depende muito da sazonalidade e do clima.

Açucareira

Galli explicou que a atual safra está indo bem. Porém, informou que, até julho, a característica estava sendo muito açucareira (voltada para produção do açúcar), em função dos contratos de exportação do produto e do preço pago, tanto no mercado interno quanto no mercado internacional, que proporcionou uma remuneração melhor do que o álcool.

A tendência, a partir de agora, é que a safra passe a ser direcionada para a produção do álcool. Para ele, com essa situação, deverá ser produzido álcool suficiente para abastecer o mercado de combustível. “Na entressafra, talvez, poderá ocorrer alguns problemas regionais muito localizados e que será possível resolver”, afirmou.

Co-geração

Galli disse que as unidades produtoras de açúcar e álcool estão se adequando para aumentar a geração de energia elétrica, como forma de vendê-la para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e outras empresas.

Esse é mais um nicho de mercado que está trazendo renda para as empresas, que estão obtendo financiamentos do BNDES para melhorar a capacidade de produção de energia, com a compra de novos geradores. “Acreditamos que o setor tem condições de contribuir de uma forma bastante decisiva neste momento de dificuldades vivido pelo País”, afirmou, lembrando que, no último mês, oito contratos de co-geração de energia foram assinados entre unidades produtoras de açúcar e álcool e distribuidoras de energia.




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