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19/08/01 00:00 -

Poesias de Cora Coralina sobre os vizinhos

Poesias de Cora Coralina sobre os vizinhos

(*) Cora Coralina
“Quem jamais deixou de ter em algum tempo o seu bom vizinho? Quem na idade adulta deixará de se recordar de um bom vizinho da casa paterna e dos folguedos com os meninos da vizinhança? Quem jamais deixou de se valer de seus préstimos em horas atribuladas? Ou não?

Vizinhos de paredes meias. Vizinhas de esquina. Vizinhos de frente, vizinhos do lado-de-cá e de-lá da rua. Vizinhos de apartamento...

O vizinho é sempre pronto, solícito e prestativo. É ele que no silêncio da noite, na tranqüilidade do seu repouso interrompe o seu sono ouvindo um movimento inesperado na casa pegada. Nem espera pelo chamado. Já está de pé, mal ajeitado, calças sobre o pijama. Procura saber o que é preciso. Doença súbita imprevista, mal estar inesperado, e vai bater na casa do médico, na porta da farmácia, chamar uma assistência, acompanhar esse doente no pronto-socorro, o que leva muitas vezes o médico a perguntar: O senhor é parente do doente? Não, doutor, sou apenas o vizinho. Nada mais expressivo para definir o bom vizinho. Que Deus o ponha sempre perto de nós! (Cora Coralina)




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