Diz a sabedoria estatística que os números não mentem, jamais. Em alguns casos, eles são muito úteis para demonstrar a realidade econômico-político-social do país.
No caso do setor de motociclos, os números, além de não mentir, são mais do que claros e representativos.
Pesquisa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas (Abraciclo), de janeiro a julho de 2001, conclui que foram comercializadas 413.185 unidades, representando um aumento percentual de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidas 326.717 unidades.
Mesmo com a instabilidade econômica do mercado brasileiro nos últimos meses, o desempenho do segmento de motociclos, em julho, foi considerado positivo, com 56.292 unidades vendidas.
Além disso, a pesquisa da ABRACICLO demonstra ainda que, ao longo da década de 90, as razões de compra e a preferência pelos motociclos se alteraram radicalmente.
Enquanto que em 1990 o principal motivo para se adquirir uma moto para 22% dos entrevistados era a substituição de uma moto mais antiga, no ano 2.000 o fator principal passou a ser a substituição do ônibus ou metrô para 57%.
Esse percentual aumenta ainda mais - sobe para 72% - se somado àqueles que adotaram a moto como seu principal meio de transporte a fim de substituir a utilização do carro.
As causas de tais mudanças são facilmente explicáveis. A começar pelo cada vez mais alto custo de vida, especialmente com as despesas verdadeiramente “astronômicas” que as pessoas têm de dispender mensalmente em seus orçamentos para os combustíveis (gasolina ou álcool).
Além disso, também contribui a correria do dia-a-dia. É frequente ouvir que para muitos um dia de 24 horas é insuficiente. Para estas pessoas, segundos e minutos são importantes e não podem ser desperdiçados no complicado trânsito nosso de cada dia.
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