Durante uma assembléia estadual realizada anteontem, na Capital paulista, o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Estado de São Paulo (Sinsprev) decidiu manter a greve dos servidores públicos federais, que ganha cada vez mais força. No momento, o movimento tem cerca de 95% de adesão em nível estadual no que diz respeito aos funcionários das agências da Previdência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o Sinsprev, das aproximadamente 110 cidades do Estado que possuem agências, em 101 delas as atividades estão suspensas. No quadro geral, o movimento já atinge 21 Estados e o Distrito Federal.
De acordo com o diretor do sindicato, Sérgio Domingues, a decisão de manter a greve por tempo indeterminado foi tomada porque o governo insistiria em não negociar com a categoria e continuar dizendo que o reajuste salarial será oferecido somente em 2002, sendo de apenas 5% (a reivindicação é de reposição de 75%). Segundo Domingues, mais de 600 servidores participaram da assembléia desta quarta-feira.
O movimento foi iniciado no último dia 8 e, de acordo com o Sinsprev, o governo não procura o comando de greve para conversar e se nega a negociar. “O comando de greve nunca foi procurado por representantes do governo para conversar. Nós ficamos sabendo das argumentações e das propostas absurdas através da imprensa. É absurdo dar um reajuste de 5% e só no próximo ano”, relata Domingues.
De acordo com ele, até ontem, o quadro de mobilização já incluía agências do INSS paralisadas em 101 cidades do Estado, mais 24 agências da Previdência e cinco Postos de Atendimento Médico na Capital paulista, no que tange à adesão de trabalhadores da Saúde. Para o próximo dia 22, está marcado o início da paralisação de mais um grande número de servidores federais à greve. No próximo dia 27, os funcionários do Fórum de Bauru também devem suspender as atividades, conforme informações da Associação dos Funcionários do Poder Judiciário da Comarca local.
Em Bauru, o prédio do INSS da rua Rio Branco permanece com cerca de 90% dos funcionários paralisados e mais oito dos 16 efetivos do setor administrativo, localizado no prédio da rua Azarias Leite. As informações foram passadas por Antônio Carlos Cabette, do comando de greve de Bauru. Segundo ele, está sendo distribuída uma carta aberta à população explicando detalhadamente as razões da greve dos servidores.
Em Bauru, além dos procuradores, fiscais e auditores, apenas os setores de Recursos Humanos e perícia médica estão mantendo suas atividades. Porém, este último está atendendo somente os agendamentos feitos antes do início da greve. Novas perícias não estão sendo marcadas. O setor de benefícios está paralisado, mas os segurados que recebem pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-maternidade podem garantir a data de requerimento do benefício através da Internet, no site www.previdenciasocial.gov.br, ou nos Correios.
Para essa segunda opção, o segurado deverá tirar xerox de todos os documentos necessários, fazer o pedido de retirada do benefício e entregar o requerimento nas agências dos Correios. Dessa forma, quando a greve terminar esses pedidos já protocolados serão os primeiros a passar pela análise do departamento de benefícios, para posterior pagamento aos segurados. Mais infornmações podem ser obtidas pelo Prevfone, no 0800-780191 (ligação gratuita).
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