Estudantes, paranóicos e fanfarrões dissipadores dos vencimentos daqueles que os sustentam são, pelos inescrupulosos empresários, acomodados nas calçadas e, ali, envolvidos pelos mais elevados sons de rock emitidos pelos seus carros estacionados rentes ao meio fio, entre gritos, xingos e vozeirões, sempre assistidos pelos astuciosos traficantes, em plena rua, ingerem as mais variadas das bebidas e de alimentos ricamente pulverizados com fezes de cachorros e outras imundícies desprendidas do asfalto pelos carros circulantes.
Os transeuntes, coitados, não encontram outro recurso senão o de saltitar entre as pernas dos anarquistas para chegarem aos seus destinos, visto que muitos já foram ralados senão atropelados por ousarem passar entre os mencionados carros estacionados e os que circulam pelas estreitas faixas remanescentes das nossas já estreitas ruas. E os moradores vizinhos? Coitados, eternamente trancafiados em suas pequenas residências, ouvem tudo o que não querem e, sem nenhuma possibilidade de dialogarem em família, face ao badernaço reinante, deitam comprimindo os travesseiros nos ouvidos e oram a Deus para que possam conciliar o sono e para que ilumine as nossas autoridades, no sentido de que se inteirem de que a nossa cidade possui espaçosíssimas avenidas, servidas por riachos e ribeirões separadores das pistas asfálticas ladeadas por espaçosos terrenos nos quais deveriam ser instalados esses nefastos estabelecimentos.
Pelo amor de Deus. Que não mais sejam fornecidos alvarás para essas espécies de estabelecimentos se instalarem em bairros residenciais e que os já existentes sejam muitissimamente bem fiscalizados e brevemente transferidos para bem distante, preferencialmente para as avenidas acima mencionadas. Sem outro particular, os meus sinceros agradecimentos a par das minhas respeitosas saudações. (Maria Eunice da Silveira - RG: 8.387.963)
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