Bauru, organizadora dos 45º Jogos Regionais da 3ª Região Esportiva do Estado, já é a campeã da competição. O título já estava praticamente garantido desde quinta-feira. Ontem, somente uma tragédia no atletismo poderia ter colocado Piracicaba à frente. Mas os bauruenses não deram vexame, pelo contrário, acabaram conquistando o primeiro lugar no masculino e o vice no feminino, contribuindo de maneira decisiva para a vitória dos donos da casa.
Infelizmente, a performance de nossos atletas não pôde ser acompanhada de perto pelo público que prestigiou bastante todas as moidalidades disputadas nesta semana. As chuvas, que tanta falta fazem, desta vez atrapalharam e alagaram a pista de atletismo do Estádio Alfredo de Castilho, impedindo que se realizassem ali algumas das mais importantes provas dos Jogos. Um sistema de drenagem da água poderia resolver o problema. A verdade é que o episódio evidencia a falta de investimentos no esporte amador brasileiro. O problema não é de Bauru, é do Brasil todo.
Com raras exceções, Bauru disputou os Jogos Regionais com atletas da casa, não fez contratações. O resultado demonstra o potencial da cidade e deve ser encarado assim, como algo a ser mais explorado. O título deste ano deve ser o marco inicial de um trabalho a ser terminado e não o fim. Comemorar a conquista é um direito dos atletas e do povo, que com seus impostos financiou todo o trabalho, entretanto, analisar e corrigir as falhas e aperfeiçoar os acertos é um dever de todos.
Em praticamente todas as modalidades Bauru se destacou. É injusto dizer que esta ou aquela foi as melhor, todos deram o máximo para que este título fosse conquistado. Mas será impossível esquecer o exemplo de superação das ginastas olímpicas, principalmente da garota Bruna Perandré da Costa, que mesmo com a mão fraturada ainda conquistou uma medalha de bronze, depois de já ter ganho uma de ouro; as medalhas da natação, que não vieram por acaso, mas são rsultados de um trabalho sério desenvolvido pelas equipes do Sesi/Unimed/Prata e da Luso-Brasileira, num exempo de saudável rivalidade; a vibração das garotas de ouro do Bauru/Cambé, um time que ainda vai dar muito o que falar; o recorde de Rosenwald Toledo, um saltador que até há alguns dias treinava sem um colchão para amaciar suas quedas (tinha de cair em pé!); aliás é digno de menção as 25 medalhas do atletismo, uma equipe praticamente formada pelo Cabo Alcides, quase sem apoio financeiro; o vibrante time de vôlei feminino do BAC, que mostrou uma garra incomum e uma disciplina técnica e tática que só um treinador como José Izar poderia dar; enfim, todos os medalhistas, ou não, merecem um elogio público, infelizmente o espaço é curto.
Hoje, os bauruenses ainda podem comemorar mais duas medalhas de ouro, com suas principais equipes de esportes coletivos: o Noroeste, no futebol sub-21 e o Tilibra-Copimax, no basquete. Se não vierem estas medalhas, a comemoração será pelas outras 66 de ouro, 43 de prata e 27 de bronze conquistadas até ontem à noite e, principalmente pela superação dos atletas, que no restante do ano treinam sem equipamentos e instalações adequadas, mas assim mesmo são as únicas e verdadeiras estrelas desta conquista.
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