Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
28/07/01 00:00 -

Parreira acionará MP contra a Cohab

Parreira acionará MP contra a Cohab

Gilmar Dias
Vereador diz que representação alertará o Município dos prejuízos que poderá ter, no futuro, com a companhia.

O vereador João Parreira (PSDB) vai acionar o Ministério Público (MP) do Estado para que o órgão exija da Prefeitura providências no sentido de enxugar o quadro de pessoal da Companhia de Habitação Popular de Bauru (Cohab), preparando-a para a desativação de suas atividades.

O tucano diz que vai continuar insistindo que a companhia perdeu a sua finalidade principal, que é a construção de casas populares de baixo custo para atender a demanda de habitação da população carente.

Ele lembra que até o início da década de 90 a empresa era um agente financeiro dos programas de habitação desenvolvidos pelo governo, função hoje delegada diretamente à Caixa Econômica Federal (CEF).

“Atualmente, as empreiteiras que constroem núcleos habitacionais vão direto à CEF pleitear recursos. Elas não vão mais na Cohab.” Parreira afirma que a partir do momento em que o sistema perdeu o interesse nas Cohabs, as companhias deveriam ter iniciado um processo de enxugamento administrativo e se preparar para deixar de operar.

“Isso porque quem deve para a Caixa, em relação aos núcleos habitacionais, é a Cohab. Hoje a nossa Cohab deve para a Caixa Econômica Federal R$ 320 milhões por conta dos núcleos habitacionais que ela administra. Existem núcleos cujo índice de inadimplência é de 80%. Quem responde por esses núcleos perante a Caixa? É a Cohab.”

O parlamentar informou que a Cohab tem uma dívida de cerca de R$ 6,7 milhões com a seguradora da CEF. “Eu não estou pensando no hoje, mas estou pensando como que vai ficar a situação do Município em relação a Cohab daqui a cinco ou seis anos. Me preocupa o fato de a empresa deixa de repassar os valores do seguro, a parcela referente à CEF, para poder fazer a folha de pagamento. Até quando isso vai continuar?”

O tucano se diz inconformado com o quadro crítico da companhia. “Trata-se de uma empresa que não está construindo uma casa e tem uma folha de pagamento mensal de R$ 357 mil. Em Bauru, qual a empresa privada que tem uma folha de pagamento de R$ 357 mil por mês? Será que a Cohab produz hoje o suficiente para ter uma folha de pagamento desse porte?”

Parreira explicou que a representação que vai encaminhar ao MP estadual ainda está em fase de elaboração. Ele depende de outras informações solicitadas à companhia que ainda não foram enviadas. “Estou esperando dados sobre a inadimplência dos núcleos e sobre a atual situação da Cohab em relação a Caixa. Minha intenção é fazer com que o MP atue no caso, visando que o Município busque um acordo com a Cohab, propondo a companhia uma adequação de sua estrutura de acordo com o serviço que hoje ela presta.”

O vereador avalia que a Cohab tem uma estrutura “extremamente onerosa” para atender a demanda de serviço. “Isso precisa ser revisto. A Cohab consegue gerar lucro suficiente para poder bancar essa folha de pagamento? Essa folha é paga através dos lucros gerados ou suportada através do desvio de dinheiro que entra no seu caixa?”

Parreira diz que se esse quadro relatado estiver realmente configurado, a Cohab é uma empresa inviável. “Vai chegar um momento em que ela vai estourar. E quem vai pagar a conta? O Município.”

O presidente da Cohab, Constante Mogione, foi procurado pelo JC para se manifestar a respeito das declarações de Parreira, mas não deu retorno.

Leia também:

Cohab cria gerência de controle de ocupação




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP