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Os efeitos conjuntos das políticas fiscal e monetária

Os efeitos conjuntos das políticas fiscal e monetária

(*) Reinaldo Cafeo
Política fiscal refere-se ao controle por parte do governo do volume arrecadado (política tributária) e os gastos públicos. Política monetária refere-se ao controle dos instrumentos monetários, tais como moeda em circulação, taxa de juros, emissão de títulos públicos, reservas compulsórias, enfim, monitoramento da liquidez do mercado. Ambas são aplicadas no sentido de controlar a economia. Quais seriam os efeitos previsíveis da aplicação conjunta dos dessas políticas? Primeiro vale esclarecer que ambas podem ser utilizadas para retrair ou expandir a economia.

Analisemos a política fiscal. Tributar mais e gastar menos tem um efeito positivo sobre as contas públicas, evitando a injeção de dinheiro “frio” no mercado. Um governo capaz de administrar suas contas não causa desequilíbrios. Mas há um efeito negativo: o governo não fomenta a expansão econômica. Se retira renda das pessoas, tributando mais, e restringe seus gastos, não oxigena o mercado com recursos importantes que garanta o crescimento econômico. Isso nos indica que esse controle deve estar na dose certa, permitindo o perfeito funcionamento do sistema econômico.

A política monetária, através de seus instrumentos, pode injetar mais ou menos crédito no mercado. O governo pode deixar a taxa de juros livre, tendo seu preço definido pelo jogo da oferta e procura, ou então induzir a taxa que lhe convém. Está praticando a segunda hipótese, nesse momento.

Se o governo quer expandir a economia, derruba os juros e aumenta a liquidez do mercado. O contrário também é verdadeiro. Se houver pleno controle das variáveis econômicas, notadamente a inflação, fica evidente que o governo pode “afrouxar” tanto a política fiscal como a monetária.

Considerando que não fomos capazes de eliminar por completo a memória inflacionária, o que impede de deixarmos de lado a preocupação sobre a mesma, o governo continuará se utilizando das políticas disponíveis, de forma apertada.

Sem avanços nas reformas estruturais, esse último ano de governo será marcado por forte monitoramento dessas políticas, permitindo que o governo cumpra uma única importante meta: controlar a estabilidade de preços. Muito pouco para quem teve oito anos de poder.

(*) Reinaldo Cafeo é economista e delegado do Corecon.




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