A melhoria na qualidade de vida dos funcionários se reflete diretamente no setor profissional, acredita a psicóloga Cláudia R. Clavízio. Com base nos livros “Liderança Baseada em Princípios” e “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, do americano Stephen R. Covey ela desenvolveu um trabalho de auto-conhecimento e mudança de hábitos implantado na Pharmácia Specífica, que já está dando resultados. Os atrasos na manipulação de medicamentos acabaram e os funcionários estão se relacionando melhor entre si e respeitando-se mais.
O trabalho, desenvolvido nos últimos 12 meses, segundo a psicóloga, tem como objetivo principal melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores. “Entendemos que quando a pessoa melhora sua vida pessoal, seu comportamento e seus hábitos, tudo muda. As alterações na vida profissional são consequência”, diz. Uma das transformações notada por Clavízio é que os funcionários estão se respeitando mais e a diferença de crenças religiosas, por exemplo, já não é problema entre eles. “Cada colaborador tem uma religião e nem sempre aquele que trabalha ao seu lado tem a mesma. Antes havia um conflito. Um queria que outro fosse igual a ele. Hoje, eles convivem de forma amistosa, compreensiva e saudável”, garante.
Outra mudança apontada como resultado da promoção humana dos funcionários, de acordo com a psicóloga, é quanto a valorização do desempenho do outro. “Um não conhecia e nem valorizava o trabalho do outro. A consequência é que haviam atrasos. Nós dividimos a empresa em várias equipes e mostramos o trabalho desenvolvido por cada um. Hoje, eles trabalham sincronizados e ao invés de atrasos temos trabalho antecipados”, afirma.
A pressa foi substituída pelo planejamento, tanto na vida pessoal como na vida profissional, explica a psicóloga. “Eles planejam o que querem fazer e fazem o mais importante primeiro. Procuram compreender para depois serem compreendidos e ajudam-se mutuamente, porque o resultado positivo é de todos”.
A psicóloga explica que com os colaboradores trabalhou inicialmente a parte de sensibilização e desenvolvimento humano, para, posteriormente, abordar os “sete hábitos das pessoas altamente eficazes”, do livro de Covey. Segundo ela, a mudança de comportamento só ocorre a medida que a pessoa muda o conceito, o paradigma. “Ela precisa entender para quê precisa mudar e não o porquê precisa mudar. O porquê é justificativa, enquanto que o para quê dá sentido, razão para aquilo que está sendo apresentado”, diz.
Liderança
Líderes capazes de motivar seus colaboradores a trabalharem de forma integrada usando uma comunicação clara. Esta foi a base do treinamento oferecido aos líderes, que deixaram de ter o estigma de “chefe neurótico” para encarnar a figura de pessoa participativa e possuidora de informação clara. “O líder usa sempre a terceira pessoa e com respeito, explica a seus colaboradores porque é necessário que se faça determinada tarefa. É uma pessoa compreensiva e integra a equipe, não só comanda, mas participa”, define Clavízio.
A psicóloga frisa que um dos pontos bastante trabalhados é a comunicação. “A liderança nas empresas vem acontecendo, ora por tempo de trabalho, ora por realmente capacidade de liderar, de gerenciar uma equipe, só que isso não fica muito claro para o líder e nem para a empresa. Isso é que faz com que muitos líderes temam a perda do cargo”, diz.
O líder, segundo ela, não sabe se realmente tem capacidade para permanecer no cargo. “Com o desenvolvimento humano de lideranças, ele passa a ter claro o que ele tem de mais forte e o que precisa ser trabalhado. A parte frágil, que normalmente é a comunicação, é trabalhada para que ele se sinta seguro e solucione problemas com rapidez, da melhor forma, buscando o bem comum”.
Na opinião de Claúdia Clavízio, o líder passa a ser o laço entre a diretoria e os colaboradores. “O líder tem que trabalhar tanto com os aspectos que a diretoria o impõe, quanto das necessidades dos colaboradores. Ele tem que ter capacidade emocional e profissional muito mais desenvolvida, é isso que o faz ser líder, é este o diferencial dele”.
Engrenagem
A empresa, segundo a psicóloga, não vive de um departamento. “O que isso significa que se todos trabalharem de forma integrada, todos irão vencer. Todos vão ter o diferencial”, diz.
O reflexo da integração entre os funcionários vai ser sentido pelo cliente, aposta Clavízio. “Quando ocorre um erro, um atraso por exemplo, o cliente não consegue identificar onde é que ele aconteceu. A imagem de empresa ótima como um todo ou péssima por inteiro, depende de cada uma das funções do processo de manipulação. A falha de um pode comprometer a imagem da empresa perante a comunidade, porque o cliente não vê a empresa fragmentada”.
O cliente fica satisfeito quando as suas necessidades são supridas, afirma: “A ele não interessa quem fez. Dentro desse processo, todos têm que ser responsáveis pelas suas atividades. Têm que ter consciência que altera positivamente ou negativamente a imagem da empresa”.
Os 7 princípios Conheça os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, segundo Stephen R. Covey:
1- É o ser proativo 2- Começar com o objetivo na mente 3 - Primeiro o mais importante 4 - Pense em vencer/vencer 5 - Procure primeiro compreender, depois ser compreendido 6 - Crie sinergia 7 - Afinando o instrumento
Quem é Stephen Covey
Doutorado pela universidade Brigham Young, em Utah, onde era professor de comportamento organizacional e gerenciamento de negócios e M.B.A, pela Universidade de Harvard, Stephen R. Covey já vendeu mais de 6 milhões de cópias do seu livro “Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, publicado em 32 línguas.
Há mais de 30 anos treinando líderes das áreas da educação, indústria, governo e negócios, Covey tem como clientes grandes empresas como IBM, Procter & Gamble, Du Pont, Johnson & Johnson, McDonnell Douglas, Disney Imagineering e Hewlett-Packard, entre outras, e é criador do programa de desenvolvimento de gerenciamento “The Masters” e editor do jornal de consultoria “Executive Excellence”.
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